Sonicblast Fest voltou! Após 365 dias da edição anterior, estamos de regresso a Âncora num festival em constante expansão musical com algumas apostas arrojadas. Durante o dia 0 o clima prometia misturar-se mas, ao cair da noite , foi o nevoeiro o convidado. não estava tão horribilis como o vento do ano passado mas é daquelas coisas dava uma sensação que os planetas não queriam alinhar para uma experiência total.
Na primeira noite, houve punk rock de Overcrooks a levantar a poeira, grunge de Daily Thompson com toques de imersão, pânico e caos em Nerve Agent e LARP/doom de Castle Rat, a demonstrarem porque são emergentes dentro do género. Houve muita gente a circular no recinto para um warmup, quase tanto como se fosse um dia normal. Há uma mistura de tradição para quem assista neste dia, como quem tinha um bilhete diário e queria ver alguma banda ou a localidade.
Overcrooks
Daily Thompson
Nerve Agent
Castle Rat
dia 1
O nevoeiro ainda teima em ficar, nesta altura é aceitar a sua presença. No entanto ainda há calor convidativo para disfrutar o que venha. Ao entrar ouvia um crossover thrash que só podia vir de Capela Mortuária. Ainda consegui acompanhar o João no meio do mosh a cometer atrocidades.
BØW no palco 2, mesma maluqueira do ano passado mas em maior dimensão. Houve mais espaço para mosh e menos poeira.
A descontração em Hooveriii e Spoon Benders deu para ir hidratar e voltar para o público.
Diria que Slomosa foi a primeira grande banda até agora, eram muita gente virada para o palco 1. Lá à frente a habitual festança. Os noruegueses têm o festival na mão.
O Sonicblast tem apostado nalgumas sonoridades foram no núcleo, o que faz que estas tenham de se esmerar para cativar a atenção. DITZ fizeram-no em cerca de 30 segundos. Callum fez uma imediata ida ao público nos primeiros acordes de “Taxi Man” a hidratar com um vinho tinto, com tamanha elegância. Não vai ser a última vez que os vamos ver.
Enquanto vagueei, apanhei o Isaiah e o Mike dos Earthless, com o primeiro a declarar a sua irmandade com o baixista. O que posteriormente se testemunhou foi a tradicional jamming session entre “irmãos” num valente sunset. Pessoalmente, a melhor slot para eles.
King Woman vem com a noite e leva-nos a circular pela espiral de doomgaze. Foi a primeira parte de duas imersões que vinham.
Dizer que Amenra é uma comunhão é um eufemismo. Foi provavelmente a única banda que ainda não tinha dado acordes e o silêncio tomou conta para uma missa. Com eles veio um gigantesco projector e a habitual dedicação, onde mais que as letras das músicas, é a intensidade do colectivo e a dor que Colin expressa. Amenra não é uma chapada, é um rotativo de Chuck Norris.
Fu Manchu é daquelas bandas que têm quilómetros e experiência. Podia dizer que são os reis da estrada mas não vou. Eles vieram e conquistaram, assim que entraram, com um stoner bem necessitado após sessões mais serenas. Houve coro, houve delicia e apoteose. Foi lindo.
A imersão continuou mas em forma de rave krautrock dos Máquina, com strobes, dança metronoma e felicidade. Isto foi o dia 1 e as pessoas já têm momentos guardados.
