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WAYNE HUSSEY A SOLO APRESENTOU NOVO ALBUM EM LISBOA E PORTO

Falarmos de Wayne Hussey ou The Mission UK é o mesmo. Os nomes confundem-se numa carreira de quase 30 anos como vocalista de The Mission UK, arrastando entre várias gerações muitos fãs do denominado estilo gótico. Não podemos dissociar também o nome de Wayne ao Sisters of Mercy de onde saiu guitarrista para se tornar vocalista e líder dos agora quase trintões The Mission.

Como em todas as bandas que já andam nos “intas”, os temas repetem-se anos após anos, em versões mais, ou menos, diferentes, em pedidos insistentes de quem os segue para que se toque esta ou aquela música, e no passado Sábado no Sabotage Club isso não foi excepção. Quem esperava ver os The Mission UK em palco talvez se tenha desiludido. São alguns dos seus temas, como “Island in a stream”, “Like a child again”, “Dragonfly” ou talvez o único tema “comercial” da banda “Butterly on a wheel”, mas numa roupagem bem diferente, mais acústica, mais melódica, e mais pausada também. Mas que se dane, era o Wayne Hussey que lá estava, era a mesma voz dele, o mesmo estilo sempre composto de óculos escuros em palco, de à uns anos a esta parte de cabelo mais curto, e mais branco também. Afinal, e muito provavelmente, como aconteceu também a todos os seus fãs de sempre que hoje andarão já com alguma experiência na primeira década “enta”.

Na tour que “herda” o mesmo nome “Songs of Candlelight and Razorblades” do algum agora lançado, Wayne canta os temas originais – são catorze novos temas – , obrigatoriamente temas dos The Mission UK, ou curiosamente ainda versões de Bob Dylan “All along the watchower”, “Love” de John Lenon, “Personal Jesus” dos Depeche Mode, ou pasme-se, “Careless Whisper” de George Michael.

Não podemos desmentir o quanto fãs somos. Até cantando fado em inglês provavelmente iríamos gostar de ouvir Wayne Hussey, que felizmente não aconteceu. Tal como nós, na geração “enta”, Wayne também precisa do seu refúgio, e quanto a nós este album é isso mesmo, é o local onde no meio da louca vida que se leva, podemos acalmar, baixar o ritmo cardíaco, e desfrutar sem nunca sairmos do nosso registo. Nós gostámos, e iríamos amanhã de novo.

Texto – Carla Santos
Fotografia – Luis Sousa
Promotor – Goth’n’Rock Productions + Sabotage Club