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Aires Daylight Fireworks

Este é um trabalho sobre a aceitação inevitável da efemeridade, sobre o anseio por algo fugaz que nunca vivemos plenamente.” Numa ideia, Aires encapsula o espírito do seu novo EP em nome próprio “Daylight Fireworks” (ZABRA 013), disco inspirado por uma imagem de onde tudo brotou: a da “surpresa e da fragilidade de algo tão improvável e etéreo como fogo de artifício diurno.”.

Quase como um exercício contínuo do princípio ao fim, são muitos os pequenos acontecimentos sonoros que se vão desenrolando ao longo destas quatro faixas, como pequenos filmes ou postais degradados dos quais apenas fragmentos são extraíveis. Assumindo como difusa a linha que separa a obsolescência de qualquer meio de registo das irredutíveis fragilidades da memória humana, parece preferir-se sempre a elegia do que podia ter sido à certeza absoluta de uma reconstituição exaustiva.

Os títulos vão indicando este imaginário, mas são os motivos sonoros que lhe dão forma, entre mares de estática, dilúvios de bleeps, arpegios perdidos, samples de voz assombrados ou percussões latentes que só estão na nossa cabeça. Por momentos, vêm-nos à cabeça a witch house de Holy Other ou de Chuck Person, os filtros basinskianos ou as recomposições de Leyland Kirby. Tudo destilado por uma visão íntima que agora pode ser atravessada por qualquer um.

Produced by Aires.
Mastered by Rui Andrade.
Artwork by João Pedro Fonseca.
Text by Manuel Bogalheiro.
Tape recording by André Teixeira and Rui Ribeiro Alves

Mais informação em facebook.com/aires.cca