20191213 - Concerto - The Drones (UK) @ Sabotage Club
Concertos Reportagens

The Drones, os Dirty Bastards de Manchester

Os britânicos The Drones estiveram pela primeira vez em Portugal em Dezembro passado, para quatro enérgicos concertos, em Lisboa no Sabotage Club, em Coimbra no Salão Brazil e em Corroios no Seixal. A expectativa era alta, não fossem os The Drones um dos ícones vivos da cena Punk Rock britânica dos anos 1970. Contemporâneos dos Ramones e dos The Stranglers, a banda de Gus Gangrene esteve à altura do grupo de fãs “fucking bastards”, que num misto de afecto e rebelião abraçavam e atiravam-se para cima dos seus ídolos septuagenários.

20191213 - Concerto - The Drones (UK) @ Sabotage Club

Saíram de Manchester rumo a Londres no auge do movimento punk em Inglaterra (1977). E esta mudança deixou alguma amargura naqueles que acompanharam a sua viragem de estilo, M.J.Drones (desaparecido em 2012) teve anteriormente uma banda R&B e Rock em 1974, os Rockslider. E talvez também por isso os seus primeiros tempos em Londres não foram pacíficos, e a cidade não teve por eles uma empatia imediata, sendo os concertos de estreia muito pouco calorosos (o famoso Roxy Club em Covent Garden). Apesar de tudo, a sua amizade com os The Stanglers e um cardápio composto de boas músicas acabaram por ser motivos fortes para vingarem na cidade de sua majestade.

20191213 - Concerto - The Drones (UK) @ Sabotage Club

Em Lisboa partilharam toda a energia electrizante de Temptation of a White Collar Worker (EP 1977), Further Temptations (álbum 1977) e do último trabalho editado Dirty Bastard (1999). Uma discografia fraca em quantidade mas fortíssima em qualidade, não fossem os clássicos do inicio da sua carreira tocados e “curtidos” no moshe da sala do Cais Sodré, “Sad So Sad”, “Lookalikes” ou “Be My Self”. O ódio de estimação habitual à família real e a sua majestade, gritados no provocador “Corgi Crap”, ou o curto e electrizante “Friction” estiveram ao rubro, em sintonia com todos os elementos da banda que deram provas de que o palco é mesmo o seu habit natural  e que a música punk tem o poder da  longevidade.