Festivais Reportagens Super Bock Super Rock

Super Bock Super Rock’19 dia 18 – 1º Dia numa dança tranquila

Ao início da tarde de 5ªfeira dia 18, já estávamos prontos para festejar 25 anos do Festival Super Bock Super Rock. Esta seria uma edição muito especial, não somente por marcarmos um quarto de século de festivais de música em Portugal mas, e acima de tudo, por regressarmos à energia dos pinheiros da Herdade do Cabeço da Flauta em Sesimbra. Alguns stands ainda estavam a finalizar a montagem, e o próprio espaço onde iria estar a imprensa ainda estava nos últimos retoques. Os mais de 30o graus sentiam-se nos ombros das camisolas pretas que, atarefadamente se moviam nos quatro palcos para que nada falhasse às 17h30m. Os Glockenwise faziam o sound-check no Palco EDP, e tudo previa uma edição perfeita. O recinto estava diferente, com tudo mais acessível e com a distância devida entre cada palco para que não houvesse cruzamento de sons.

O espaço do camping estava bem simpático, arejado o suficiente entre tendas, com apoio de supermercado, espaço lounge, sombras e wc´s devidamente distribuídos e em quantidade suficiente para o número de campistas que se esperava. Foi num ambiente tranquilo e relaxado que a 25ª Edição do Festival SBSR arrancou.

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Os Grandfather´s House são de Braga e desde 2012 que fazem música boa. Uma pitada de Portishead mas com desvios identitários fortes. Cara de menina com cabelo à Bjork, vestido branco e vermelho a condizer com o resto dos músicos e com a identificação da banda. Um vozeirão aquecido em banho-maria, que se continha numa disciplina exemplar, Rita Sampaio é qualquer coisa! Embora com um ritmo baseado muito nos samplers e nas teclas que provoca aquela sensação de leveza cósmica, quando a guitarra se solta somos invadidos por explosões orgânicas que nos fazem abanar a cabeça com a mesma energia. Durante o concerto Rita Sampaio troca de instrumentos (teclas) e por vezes abandona-os dominando a frente de palco com sensualidade na voz e nos gestos, como em “Sweet Love Making” tema do seu primeiro longa-duração “Slow Move”. No 4º tema subiu ao palco outro anjo feminino, também para se atirar às teclas e rebentar com a escala musical, a Sofia. Uma voz imensa que foi projectada até à Lagoa de Albufeira! Para além dos instrumentos vocais serem francamente de qualidade, o som deste palco estava particularmente bom. Tivemos pena de não poder assistir até ao final, mas o Marlon Williams já nos estava a chamar no Palco EDP.

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O Neo Zelandês Marlon Williams entrou subtilmente no piano, mas depressa se agarrou à guitarra expurgando toda sensualidade nas ancas estreitas e magras. Do folk, ao blues, misturando o country com o rock, Marlon Williams foi uma verdadeira paleta de cores perfumada. O figurino de Williams, que nos remete para os anos 1980 década em que ainda nem tinha nascido (nasceu 1990!), não nos passou despercebido. Com uma banda visivelmente sénior, onde a dança das guitarras nos deixou com vontade de abanar as ancas ao mesmo ritmo que as dele. Descobriu cedo o seu potencial artístico, quer na música quer na televisão, a solo ou em duo como os três volumes de “Sad but true: The Secret History of Country Music Songwriting” com Delaney Davidson. No entanto no Meco foi “Marlon Williams” (2015) e “Make way for love” (2018) os seus dois álbuns em nome próprio, que fizeram agitar o público e dar corpo a um grande concerto de início de tarde.

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 “Não é sonho nenhum”, liamos na t-shirt branca que Dino D’Santiago trazia, mas foi um concerto de sonho bom e feliz! Dino D’Santiago é um músico angolano que vai pôr o “Funaná” no Mundo, seja pela panóplia harmoniosa de registos encadeados nas suas músicas e que, também por isso, despertou a atenção da cantora Madonna, seja pela sua energia contagiante em palco. O Palco EDP depressa se encheu de caras sorridentes e corpos dançantes, Dino pôs tudo com o pé na África crioula numa coreografia de um funaná gostoso. O que singulariza as composições de Dino, é a mistura vibrante dos ritmos tradicionalmente africanos com o funk, o electrónico (bateria) e um ligeiro pop, que nos provoca uma química energética incrível! Ninguém consegue parar ao ritmo de “Como seria” ou “Nôs funaná”! A sua entrega e cumplicidade passou também por ter descido do palco e cantar no meio do público, “ Branco é tudo nosso”. E foi com o laranja do sol que cobria os pinheiros que fomos em debandada para o Palco SBSR, com pena de deixar o funaná. Grande concerto Dino!

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Na mesma tranquilidade dançante, os londrinos Jungle subiram ao Palco SBSR depois de o ter estreado Cat Power. Com um cenário de luzes impactante, a dupla dos amigos Tom McFarland e Josh Lloyd-Watson, encheu o recinto com os seus temas “orelhudos” de neo-soul. “Heavy Califórnia” logo a dar início à sua actuação, esta que talvez será das músicas que mais se tem ouvido nas rádios portuguesas os últimos meses. Os Jungles são sete em palco, entre músicos e bailarinos, instrumentos e laptops, luzes e vozes adocicadas. “For Ever”(2018) e “Jungle” (2014) espalharam magia no inicio de noite que seria tranquila.

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Os ingleses continuaram a dominar o Palco SBSR e logo depois da hora de jantar, os The 1975 deram o ar da sua graça. De Manchester o quarteto de pop-rock liderado por Matty Healy, atraiu o público mais jovem (a quantidade de seguidores no Instagram é alucinante!). Com sonoridades em loop e composições que pouco surpreendem por alguma originalidade, os The 1975 entretiveram o jovem público com duas bailarinas (gémeas?), Taytlin e Kaylee Jaiy. Introduziram mais instrumentos, saxofone e sintetizadores, o que diversificou a sonoridade. Começando com acordes e vozes que fizeram lembrar Placebo e terminando com os Wham, os The 1975 percorreram a pop-rock dos últimos 30 anos. Para muitos foi considerado o melhor concerto do dia, mas ainda esperávamos pela deusa-boneca Lana Del Rey.

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Ao mesmo tempo, o português Conan Osiris soltava o “Borrego” e “Partia o telemóvel” no Palco Somersby. E enquanto esperávamos por Metronomy, ainda conseguimos ver a lua que brilhava gorda e amarelada no terraço do bar da Super Bock mesmo em frente ao Palco EDP.

Reincidentes em palcos portugueses a banda britânica de indie-pop que nos faz mexer os ombros desde 1999, encheu o espaço do EDP. O alinhamento de Metronomy já é conhecido pelo público português e a sua presença em palco é, de uma maneira geral, bastante harmoniosa e uniforme. Apesar de não trazerem nada de novo, desde o single “Night Owl” (2016), Joseph Mount e a sua banda conseguem brilhar e deixar momentos felizes no palco, o qual dominam com um profissionalismo incrível.

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DIA 18

Super Bock Super Rock’19 dia 18 – 1º Dia numa dança tranquila
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