Festivais Reportagens

Festival Emergente’19, dia 16Fev – A emergência do Rock

O segundo dia do ambicioso Festival Emergente contou com mais sete bandas portuguesas e um DJ no final da noite. O espectro musical foi ligeiramente diversificado, mas notoriamente concentrado no registo orgânico das guitarras.


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Môrus

Com a tarefa ingrata de abrir uma longa noite, a dupla Alexandre Moniz (também músico dos Galgo) e Jorge Barata subiram ao palco passado pouco das 21h00. O Môrus surgiram em 2017 e em 2018 lançaram o primeiro EP homónimo. Segundo os próprios, “tem contado com braços irmãos, ajudas, empurrões amigos”, os Môrus são “uma empresa de amor”. Uma bateria (sem pratos) e uma guitarra que dão o solo a poemas, dando a tónica às letras trabalhadas e intensas dos temas de “Borba” (single de lançamento), “Fartar Vilanagem” ou “Pisa Pé”.


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Elephant Maze

Os Elephant Maze expurgaram toda a adrenalina que traziam por debaixo dos fatos-de-macaco azul fabril. “Tidel Waves” o EP editado em 2018, ecoou pela sala em ondas vibratórias excessivas atraindo o público jovem para uma dança frenética de libertação. A voz saía da bateria numa tentativa constante de elevar o sensor de decibéis, juntando-se aos riffs agudos da guitarra. Ao final de sessenta minutos (há semelhança de todas as outras bandas), a dupla de músicos deixou o palco com um pequeno arrufe com a resistente guitarra que teimou em não se partir.


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Palmers

Os Palmers são das Caldas da Rainha e recentemente dividiram o palco de Bang Venue em Torres Vedras, com os norte-americanos The Last Internationale. Raquel Custódio na voz e na bateria, Claúdia Sofia no baixo (e segunda voz) e Vasco Cavalheiro na guitarra. Um registo punk-rock surf com temas alinhados e um trabalho de sala de ensaios visivelmente disciplinado. “Younger Days”, “ Foggy Night” e “I don´t care”,  EP’s da banda editados e que, sem preconceitos, a baixista informou que estavam à venda na entrada. Duas vozes em timbres antagónicos e que se encaixam na perfeição. Mais do que o olhar e os gestos expressivos de Cláudia, foi mesmo a satisfação que todos eles conseguiram passar ao público. Aparentemente os Palmers já não andam a brincar às bandas e, dentro deste registo, demonstraram que estão preparados para descolar!


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Ossos d’Ouvido

Contrariando todos os clichés de “banda emergente”, os Ossos d’Ouvido (ODO) chegaram e arrasaram. Com a projecção da imagem que os identifica, em cores fortes e quentes, tocaram como se não houvesse amanhã. Três músicos de excelência, inevitavelmente com pedigree musical (não fosse o Hot Clube a sua escola) e uma entrega total aos instrumentos que cada um escolheu para seu parceiro. Pedro Almeida na bateria, numa dança de mãos de nos deixar enfeitiçados, minucioso na escolha dos sons, fazendo com que nenhum ruído estivesse fora do contexto. O João Massano com uma elegância descontraída no baixo e o Diogo Lourenço que esteve sempre fundido na guitarra. Há boa maneira das jam sessions, os temas foram longos o suficiente para poderem dar liberdade à criatividade. Um convidado de se tirar o chapéu, André Lourenço, que realçou os sofisticados acordes no saxofone conseguindo deixar o público de sorriso aberto. Ficaríamos mais tempo envoltos naquela “viagem supersónica”, mas ainda tínhamos mais bandas para ouvir. Os nossos ouvidos agradeceram este momento.


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Cave Story

Já sem serem emergentes, mas sim “uma banda de rock profissional das Caldas da Rainha”, os Cave Story trouxeram-nos o seu mais recente álbum, “Punk Academics” muito bem oleado. Intercalado com “West”, o quarteto de Gonçalo Formiga mostrou que a digressão Super Nova os tornou ainda mais robustos e maduros. A destacar o baterista Ricardo Mendes, que durante toda a actuação acompanhava a letra com movimentos supra – energéticos que (quase) nos deixaram com aquela sensação de exaustão feliz! Destaque também para a voz de Gonçalo Formiga, que sem dúvida está mais nítida sobressaindo nos riffs agudos da guitarra.


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Já a noite ia longa (02h00), mas o festival ainda iria receber duas das bandas mais acarinhadas dos últimos anos, os portuenses The Sunflowers


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e mais uma vez da zona Oeste (Alcobaça) os Stone Dead. Mas as portas do Lisboa ao Vivo só se fechariam às 06h00, e para os mais resistentes o DJ Set DJI SAYS. Para o ano haverá certamente mais nova e boa música no Festival Emergente.


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Evento – Festival Emergente’19
Promotor – Transiberia