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“A Vida e Morte de D. Antónia” de Urso Bardo disponível desde ontem

Vida e Morte de D. Antónia” sucede ao registo de estreia de Urso Bardo lançado em 2016, e já se encontra disponível em CD, vinil, mp3 e nas principais plataformas digitais. Urso Bardo é uma banda instrumental formada em Lisboa em 2014. A sua música está profundamente enraizada em torno de melancolia e saudade, dois traços bem portugueses, combinando melodias lentas com guitarras distorcidas. Com influências que vão desde Radiohead até Marc Ribot, a sua mistura particular de rock melódico tornou-os populares na cena musical underground lisboeta.

O seu primeiro disco (homónimo) foi lançado pela Raging Planet em Março de 2016. A banda promoveu-o um pouco por todo o país ao longo de 2016 e 2017. Agora em 2019 lançam o seu novo álbum “A Vida e Morte de D. Antónia” de onde foi retirado o singleTerra Queimada” que saiu no final de 2018.

Nesta sua segunda encarnação, os Urso Bardo voltam a costurar uma composição cuidada, capaz de contornar com elegância os cadafalsos da aridez ou da inconsequência. Por vezes o vagar de nuvens estendidas ao entardecer. Por vezes a noite já de ruas em câmara rápida. O discurso instrumental remete-nos para as casas e inflexões da interioridade, respondendo a um certo pendor contemplativo, porém inquieto, do sangue. Ao fundo vislumbramos a tela do espaço. E há searas rendidas ao sopro interpretativo do vento. Tormentas que são a grande preparação da chegada.

A vida e a morte inscritas no título são, no território sonoro que nos interpela, as duas forças em contenda. Se algo é construído, logo surge um corte a dizer que outra coisa havia aí afinal, que o que se erigiu está para ser desmanchado e que essa derrocada é o que conviria ver. E nós deixamo-nos levar, confiando nesses dois pés, um que avança, outro que calca. A terra queimada é uma terra viva. Encerra em si a história do fogo, a negra fulguração do que houve. Há sempre vestígios que podemos amealhar e, com eles, entregar-nos ao puro transe dos mundos possíveis. Mas é este mundo. O mundo de D. Antónia. O dia D.” Vasco Gato

+ info Urso Bardo

Fotografia (capa) – David Lopes