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EDPCoolJazz’17 Dia 20 – Da Chick e Maceo Parker; o Funk é mesmo bom, mas Da Chick é melhor!

As noite de julho não foram meigas para os primeiros rounds do EDPCoolJazz, trazendo consigo vento e temperaturas pouco convidativas à diversão. Na passada semana os Jardins do Palácio do Marquês de Pombal receberam um concerto que convidava a uns belíssimos passos de dança e a um incontrolável mover de ancas.

A noite começou com o trio de Jessica Pina, uma jovem formada em trompete jazz que com Anderson Ivo e Eron Gabriel (teclado e bateria) nos trouxe uma série clássicos que cruzavam o soul o jazz e o funk animando aqueles que já se encontravam pelos jardins do Marquês de Pombal ao final da tarde. Alguns a degustar uma das muitas bebidas disponíveis nos quiosques, outros a petiscar por ali. Ainda assim a audiência que se encontrava junto à fonte, improvisada de palco aderiu bastante às sonoridades animadas que o jovem trio trouxe para aquecer o final de tarde.

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Pouco passava das 21.30 quando a portuguesa Da Chick saudou efusivamente o público que ainda se encontrava um pouco disperso, mas que logo acorreu ao chamamento. A energia contagiante e a tarefa a que esta se propôs (levantar a plateia e pô-la a dançar) despertaram a curiosidade e mesmo a admiração dos que ali se encontravam. A noite não estava propicia a nada disto. No entanto o facto é que Da Chick acompanhada por mais seis músicos em palco, cumpriu o que havia dito, ainda que por breves momentos, agradecendo várias a honra de aquecer o plateia para o grande Maceo Parker.

A plateia sentada que ocupava toda a frente do palco poderá ter sido um dos obstáculos ao desafio de Da Chick, até porque o público que se encontrava fora dessa área dançava já efusivamente. Os escassos 45 minutos de concerto onde desfilaram Cocktail, Lotta love, Do tha clap, Funk call, deixaram o público bem aquecido e a pedir mais funk!

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Com a chegada da noite, e um vento cada vez mais forte e frio foi a vez do senhor Maceo Parker nos aquecer. Com um espetáculo dentro do espetáculo a banda e Maceo Parker foram apresentados ao som de 1999 de Prince, um dos muitos músicos com quem colaborou ao longo da sua carreira. Maceo e a sua banda navegaram os ventos e deram todo o seu funk a um público que foi dançando, mas a quem não conseguiram surpreender totalmente. Se é verdade que Maceo ainda contagia com a sua energia, e é difícil não sentir admiração pela forma bem colocada e afinada com que comanda a banda, a verdade é que mais que virtuoso do saxofone ou virtuoso cantor, Maceo Parker é hoje em dia um excelente mestre de cerimónias, acontece que isso apenas não chega para libertar todo o funk aprisionado pelo frio que se faz sentir. Não desempenha mal o papel, mas a verdade é que o concerto tem muito menos de Maceo do que poderíamos esperar. É um espetáculo bem feito, mas ao qual falta já a garra visceral que sobrou a Da Chick.

Maceo toca, canta, dança, passa por James Brown, Marvin Gaye, ou Ray Charles, no entanto as  versões excessivamente alongadas fazem o público cair um pouco no tédio. Os solos protagonizados com mestria por todos os músicos, mas talvez um pouco extensos, apesar de arrancarem fortes aplausos, quebram toda a atmosfera dançável e imparável de todo o funk que ali passou. No que de mais positivo ouvimos destacamos a versão cheia de alma de Stand By Me interpretada por Darliene Parker. O Funk é mesmo bom, mas precisava de mais funk.

Num qualquer universo paralelo poderia perfeitamente ter sido ao contrário. Maceo Parker abriria a noite para a frescura de Da Chick que nos levaria até ao próximo nível do Funk. Talvez para a próxima.

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Texto – Isabel Maria
Fotografia – Marta Louro
Evento – EDPCoolJazz’17
Promotor – Live Experiences