Opinião Reviews

“Evergloom” de La Chanson Noire

Os La Chanson Noire terminaram oficialmente a sua ausência discográfica. Evergloom é o quarto álbum da banda, com data de lançamento a 4 de Maio, e com um concerto de apresentação no Sabotage Club no mesmo dia, juntamente com Paris e Londres ainda em Maio. Nesta obra bilíngue conta-se com a colaboração de Ramon Galarza e Diogo Beleza na bateria, Phil Mendrix na guitarra eléctrica, M-PeX na guitarra portuguesa, e as vozes de Patrícia Andrade (Sinistro) e Ana Ferrão.

O nome do novo disco só por si indica conteúdo que invoca desânimo, que vai escurecer o estado de espírito do ouvinte. Tal suposição está certa. O palpitar de um coração na primeira faixa, um certo desdém pela Primavera magistral, é o quanto basta para dar início a uma melancolia que perverte-nos a alma. Ao longo de 12 temas, de 43 minutos, é esta a atmosfera promovida, não propriamente uma nova etapa para a banda, mas sim um aprofundamento dos conceitos que estão nas suas raízes.

Com o single que partilha o nome com o álbum, fomenta-se a nova perspectiva da banda, sem dúvida o melhor refrão de todas as faixas. Vale também a pena destacar outras duas canções, Marinheiro de Aguardente com uma belíssima performance da guitarra portuguesa, e quem não gosta dos temas Navegar e Alcóol juntos? É um clássico. A outra canção, também é interpretada em português, O Uivo. Encontra-se neste tema a condição humana, talvez a característica primórdia dos portugueses. Serenados por um piano mas instigados pelo vocalista a resistir e a lutar, sem reconhecer o conceito de contentação, este é o tema que mais promove motivação para o quer que seja!

Não coloco a hipótese de haver fãs desapontados com este novo trabalho, foi um prazer ouvir e re-ouvir cada tema. Os artistas estão de parabéns, a pausa discográfica valeu a pena. Fica a ansiedade pela festa de apresentação.

Nunca é demais recordar, La Chanson Noire apresenta Evergloom amanhã, dia 4 de Maio, no Sabotage Club em Lisboa, e é uma recomendação Música em DX.

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Texto – Samuel Pereira