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Festival BONS SONS, onde a música é apenas (mais) um pequeno pormenor

Quando toda uma aldeia se une em prol de um festival de música moderna portuguesa, trata-se da aldeia de Cem Soldos, e o festival é sem dúvida o BONS SONS.

Cem Soldos é uma pequena aldeia de aproximadamente 1000 habitantes, que se localiza na freguesia da Madalena, concelho de Tomar, a 5 km de Tomar e a 12 de Torres Novas. O longe suficiente para ser uma pacata aldeia onde o tempo parece parar, e o perto suficiente para não haver desculpa para não se visitar durante o festival.

Durante 1 ano, todos os habitantes de Cem Soldos envolvem-se na logística do festival, mais, ou menos, de forma que todos sentem que o festival é também seu. Depois, em 4 dias tudo acontece. Todos fazem parte deste evento, e nele participam ajudando nos palcos de música, como feirantes de artesanato local, ou mesmo expositores de arte. A responsabilidade dos comes e bebes também é do anfitrião de Cem Soldos.

Organizado pela associação cultural local SCOCS, a aldeia é fechada propositadamente para este evento entre os próximos dias 13 a 16 de Agosto, acolhendo os 8 palcos que constituem o festival.

Ao contrário da maioria dos festivais de música em Portugal, o programa do festival Bons Sons é bem mais alargado do que apenas concertos de música.

Conta com as “Curtas em Flagrante”, todos os dias entre as 16h15 e as 17h15 no Auditório Cem Soldos. Durante esta hora, o BONS SONS apresenta sessões de curtas-metragens de países de língua oficial portuguesa. Esta mostra apresentará no BONS SONS os melhores trabalhos de 2015, provenientes do universo lusófono.

O Centro de Exposições “Armazém”, antigo armazém de secagem de cereais da Família Mendes Godinho, é outro dos locais envolvido no festival, e que este ano recebe a programação do “Walk & Talk” (São Miguel, Açores), festival português de artes urbanas.

“Conversa ao Correr das Músicas”, que acontece todos os dias entre as 14h45 e as 16h00 no Auditório Cem Soldos, inaugura um novo ciclo programático no Auditório, com músicas intercaladas por conversas conduzidas por Soraia Simões. Estas tardes proporcionarão uma interacção próxima entre público e artista, através da partilha de histórias e da troca de experiências, ao sabor dos temas que o autor vai oferecendo à audiência. Às canções interpretadas juntam-se o percurso de cada músico convidado e os temas, as versões e as noções musicais que se escondem por trás de algumas das suas criações.

Aqui, as crianças também fazem parte da aldeia, e não são esquecidas. “Música para Crianças”, que também acontece todos os dias de manhã, entre as 10h00 e as 13h00, é um espaço dedicado aos mais novos e às suas famílias, com programação específica no Auditório de Cem Soldos. Logo a partir das 10h00, realizam-se as sessões de “Música para Bebés”, com um programa destinado a crianças dos 0 aos 5 anos e respectivos pais. Das 12h00 às 12h45 é a vez da faixa etária entre os 6 e os 10 anos, com um atelier de música tradicional portuguesa que termina num mini concerto para os pais. Estas sessões estarão a cargo da Associação Canto Firme e pretendem proporcionar experiências lúdicas, de partilha familiar e de sensibilização em torno da música.

Na continuação de um programa também dedicado às crianças, existe o “Espaço das Crianças”, na Rua do Cerco, onde todos os mais pequenos se podem juntar pra jogar, brincar, ouvir histórias, fazer teatro, ginástica, ou ainda experimentar o tapete sensorial.

O “Palco Garagem” é onde os sonhos acontecem. Todos os que um dia desejaram fazer parte de um grande palco, podem-se inscrever diariamente para apresentar o seu talento e, quem sabe, lançarem na alta roda da fama. Acontece todos os dias na Rua de S. Sebastião, entre as 14h00 e as 22h00.

Depois, para aqueles que acham que os jogos só acontecem numa televisão ou numa consola, enganem-se, pois o espaço “Jogos de Tabuleiro” aberto aos festivaleiros todos os dias entre as 14h00 e as 18h00 mostra precisamente o contrário. Aqui tem-se a possibilidade de conhecer jogos de tabuleiro que nenhum de nós alguma vez imaginou ser possível existir.

Fotografia (capa) – Carlos Manuel Martins | BONS SONS
Fotografia (texto) – Miguel Madeira | Público | BONS SONS