Opinião Reviews

A dança elegante de Tess Parks defronte da vida

A vida encarrega-se de nos colocar em certos locais sejam eles físicos ou mentais que, por muito que possam ser duros ou suaves, devem ser encarados como algo necessário. São esses momentos que, por vezes, senão sempre, nos fazem crescer enquanto indivíduo e até criar coisas que de outra forma não seríamos capazes. 

Tess Parks viu a criação do seu disco interrompida por infortúnios. No entanto, os quase dois anos que levou a mariná-lo e a pensá-lo, trouxeram-lhe a possibilidade de nos trazer agora este seu segundo disco And Those Who Were Seen Dancing, 9 anos depois do seu primeiro disco sair. 

Este disco transborda momentos, pessoas e locais. Divide-se em 10 canções cheias da suavidade especial, em contornos pop, que Tess consegue dar ao rock e folk. A sua voz, pouco nítida, consegue alcançar estados que nos deixam de pêlos em pé acompanhada pela magia sensual de um piano e por toda a envolvência que é uma viagem ao interior de nós mesmos. 

O disco começa com “Wow” cheia de uma ambiência sonhadora acompanhada de uma bateria suave, ecos intensos em loop e uma guitarra alegre. Aqui a sua mãe acompanha-a nas sound bowls e o pai no piano. “Happy Birthday Forever” foi o primeiro single a ser revelado e é a música que a encorajou a continuar o disco. Tem um piano formoso e uma harmonia muito próxima de uns Stones, como se nota em muitas partes do disco. 

A faixa seguinte é acústica e cheira a primavera, trazendo com ela uma belíssima vontade de sorrir. “Brexit At Tiffany’s” é uma faixa mais quente que se apresenta num ritmo constante, com cheiro a blues e uma voz a sussurrar. O órgão tem a essência de um Manzarek e rapidamente nos prende a ele. Passamos a metade do disco e chegamos a um agradecimento à vida, “Old Life” é a faixa mais curta do disco e com a energia mais brilhante e solarenga. “Do You Pray?” segue-a de modo electrizante e feroz como se, de repente, não houvesse mais tempo a perder. Depois de duas faixas chegamos ao fim do disco e aquela que é a faixa mais introspectiva. “Saint Michael” é um dia chuvoso que o piano acompanha de mão dada com uma guitarra subtil. Um toque sereno para terminar este disco belo e intenso que marca este regresso de Tess Parks ao estúdio. 

And those who were seen dancing saiu no passado dia 20 de Maio com os selos da Fuzz Club Records e da Hand Drawn Dracula no Canadá. Podem dançar, suavemente, com ela aqui

 

“And those who were seen dancing were thought to be insane by those who could not hear the music”  Nietzche

 

AND THOSE WHO WERE SEEN DANCING TOUR DATES

14/08 • Copenhagen, DK • Common Ground Festival
03/09 • Manchester, UK • Manchester Psych Festival
09/09 • Normandy, FR • Rock In The Barn Festival
14/09 • Nantes, FR • Scene Michelet
15/09 • Paris, FR • La Maroquinerie
16/09 • Lille, FR • Strawberry Fields Festival
25/09 • Amsterdam, NL • Paradiso
02/10 • Norwich, UK • Norwich Psych Festival
26/10 • Newcastle, UK • Cluny 2
28/10 • Glasgow, UK • Stereo
28/10 • Leeds, UK • Hyde Park Book Club
29/10 • Liverpool, UK • Phantasmagoria
18/11 • Hamburg, DE • Molotow
19/11 • Berlin, DE • SynÄsthesie Festival
22/11 • Cologne, DE • Bumann & Sohn
23/11 • Stuttgart, DE • Merlin
24/11 • Munich, DE • Import Export
25/11 • Graz, AT • Dom Im Berg
26/11 • Vienna, AT • Flex
28/11 • Konstanz, DE • Kulturladen
29/11 • Zurich, CH • Bogen F
30/11 • La Chaux-de-Fonds, CH • Bikini Test
01/12 • Numberg, DE • Z-bau
02/12 • Damstadt, DE • 806qm