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Está aí “Vagas”, o novo disco de Iguana Garcia

O novo disco de Iguana Garcia já pode ser ouvido em todas as plataformas digitais. “Vagas” é disco repleto de pop sentimental que encaixa no embalo de uma nova década.

Quando aterrou em 2017 com “Cabaret Aleatório“, Iguana Garcia (moniker de João Garcia) montou um laboratório pop experimental, entre o new age dos 1980 e o rock psicadélico. Música nómada, para viajar e dançar, em formato one-man-band. Em “Vagas” persiste a visão de um-só-homem que se deixou dominar pelas fantasias pop que estavam sugeridas no primeiro álbum.

O fascínio por transformar os sons de alguma electrónica e pop-electrónica do passado em aventuras presentes continuam a estar na mensagem existencial de Iguana Garcia. A grande transformação de “Vagas” dá-se pela vontade tornar as ideias e beats em canções, momentos curtos e doces, com a cativação da dança por via de uma balada sentimental. “Vagas” é todo ele uma balada sentimental, um convite à dança, ou a várias danças.

Oportunamente, abre com “Os Duros Não Dançam“, um convite a levantar o pé devagarinho – muito devagarinho – para se dar início a esta dança. A espera não é longa, ao terceiro tema, e primeiro single, “Horas Vagas“, o complexo foi vencido e já se está na pista a “beber o tédio” juntamente com Iguana Garcia. Porque há melancolia neste “Vagas“, a mesma que existe nas canções pop dos 1980 que se transformam em bombas de pista.

 Iguana Garcia quer que o ouvinte atravesse esta aventura emocional consigo. “Gengibre Jurássico” é o momento em que dão as mãos, num registo de hit obscuro que ilumina a mais teimosa das festas de aldeia no verão. Ficou de “Cabaret Aleatório” as visões psicadélicas e tropicais que Iguana Garcia transforma em belas melodias. Agora as melodias, as viagens, são também canções.

Iguana Garcia regressa aos discos. O seu segundo tomo é um disco sem medo nem vergonha na cara. Estão lá os mantras de guitarra e as mantas de sintetizadores que lhe conheciamos mas os cumes e vales dos seus beats estão mais sinuosos que nunca. A bola de espelhos estilhaçou-se no meio da pista e para onde quer que olhe vejo o seu reflexo. Se antes a voz se escondia nos entretantos, agora corre de língua solta, cambaleando orgulhosamente sobre os despojos de todas as noites, em todos os bares, de todas as cidades.

+info  Iguana Garcia

Fotografia (capa) –  Iguana Garcia