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The Legendary Tigerman, Um animal em palco no Musicbox

Duas décadas de carreira merecem ser celebradas com pompa e circunstância, e foi isso que aconteceu na passada quarta-feira, 29 de Janeiro, no Musicbox, com The Legendary Tigerman. Uma noite para recuperar as grandes malhas, celebrar o rock n roll, e todo o génio por detrás do projeto, Paulo Furtado em si.

A fila para entrar dava até ao final da rua cor-de-rosa. Contas feitas, casa esgotada para assistir a uma noite de festa. Paulo Furtado decidiu este ano celebrar os seus 20 anos de estrada com uma tour em 11 cidades. Sozinho. Ou melhor, acompanhado pelas guitarras e percussão com kazoo incluido. Tudo controlado para celebrar à boa maneira western.

No seu estilo, The Legendary Tigerman foi fiel a si mesmo, e (com o ar condicionado desligado) fez por aquecer os ânimos da plateia. Num flirt constante e correspondido com o público, foi-nos brindando com temas que constavam de vários dos seus discos, Naked Blues, Femina ou True.

Foi com Love Ride que se deu início às festividades. Num mundo místico de vermelhos e laranjas, carregado de muitos blues, somos transportados para o imaginário de Paulo Furtado que rapidamente se senta na bateria, com um kazoo e microfones montados, que canta temas como o Wild Beast, Hey, Sister Ray ou mesmo o Naked Blues.

Nas costas, fazemos viagem com os vídeoclipes das músicas mais antigas. Para muitos, com toda a certeza teve uma carga nostálgica, como por exemplo ver Lisboa da década passada. Noutras ocasiões éramos acompanhados pelas vozes que compõem o Femina, e que não dariam para estar presentes em Lisboa, como o de Lisa Kabula, com o The Saddest Thing To Say, ou ainda &Them Came The Rain, com a Phoebe Killdeer.

Já numa reta final do espectáculo estava guardada a entrada em palco de uma presença de outra fera de palco, neste caso, Marta Ren. Para interpretar o These Boots Are Made For Walking, dos temas mais conhecidos da parte do público. Sem desbobinar muito das histórias vividas pelos dois por essas tours fora, a verdade é que deixaram um apontamento de cumplicidade e intimidade, que faria sentido se constasse num tema futuro do próximo álbum.

Para o fim estava guardado no encore o She Said e o Life Ain’t Enough for You. E claro uma grande ovação a uma viagem que agora continuará a ser comemorada estrada fora e que antecipa a vinda do novo álbum do artista natural de Coimbra.