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Ciclo Maternidade, 15 e 16 de Março no Cacém

A Maternidade é uma associação cultural lisboeta, formada em 2014, por uma comunidade de artistas e amigos dedicados à produção de eventos, promoção e agenciamento artístico. A convite do teatromosca, programará o AMAS, nos dias 15 e 16 de março, com alguns dos seus artistas cujas sonoridades vão do folk ao punk, passando pela pop mais electrónica.

15 março

16h – Catarina Branco, na Estação de Comboios da CP

Vinda do Oeste, a Catarina Branco não toca hard-rock, hip-hop ou música de dança. A sua música não é muito jazzy nem tem gritos distorcidos. Não traz uma orquestra de 80+ músicos dirigida por um maestro de alto gabarito. Metaleiros não vão aos concertos dela. Há quem diga que é queer-pop-fofinho. Estreia-se com “‘Tá Sol”, um EP de canções sobre amizade, amor e enfatuação e tudo o que fica na margem e zonas cinzentas dos limites dessas ideias, num exercício de síntese musical. Gravado em casa por meios próprios, tendo tido uma ajuda na pós-produção e na mistura de Luís Severo.

21h – Filipe Sambado + Bejaflor, no AMAS – Auditório Municipal António Silva

Filipe Sambado passou a infância e adolescência de um lado para o outro, e talvez essa errância não seja um mau ponto de partida para percebê-lo. Se o seu crescimento é feito a errar dentro duma fronteira, a sua música desbrava o trilho da intimidade de quem se confessa, mas inevitavelmente traz a vulnerabilidade de quem viaja. “Ups… Fiz Isto Outra Vez” é o último da sua trilogia de EP’s editados entre 2012 e 2014 que traduzem poeticamente o seu desespero, urgência e melancolia. Em 2016 emerge “Vida Salgada”, o seu primeiro LP, editado pela Spring Toast Records. Aí, Sambado é mais Sambado que até então ─ nas canções com letras viscerais ─, culminando num disco de baterias cavalgantes acompanhadas por percussões tristes e guitarras ubíquas, por vezes abafadas por teclados rasgados. “Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo” (2018, Valentim de Carvalho) é um compêndio de sons em forma de hinos à possibilidade de sermos outra coisa. De sermos coisas para as quais ainda não temos nomes. Isto através de canções que partem duma matriz indie pop e consolidam um universo sónico tão cúmplice da música portuguesa – de cantautor à popular e de baile – como do krautrock ou lo-fi.

Bejaflor é uma pequena criatura que habita a floresta do pop, onde pulsam ritmos quebrados, vozes e harmonias sintetizadas por José Mendes, um jovem produtor nascido em 1999. Estreia-se com um EP homónimo com canções com uma estética pop em andamento electrónico e com influências hip-hop, modernas e sofisticadas.

16 março

16h – Debate dedicado à música portuguesa não normativa

21h – Vaiapraia + Aurora Pinho, no AMAS – Auditório Municipal António Silva

Vaiapraia é um artista transdisciplinar autodidata nascido em Setúbal. Começa a compor e a tocar canções ao vivo em 2013. No ano seguinte, edita um EP a solo na Experimentáculo Records. Entre 2014 e 2018 a sua música passa a ser um exercício de amor partilhado em trio, emergindo o formato em trio “Vaiapraia e As Rainhas do Baile” (Shelley Barradas, Helena Fagundes, Lucía Vives e Ana Farinha). Em trio edita o LP de estreia “1755” (2016, Spring Toast Records), um herdeiro directo e assumido dos movimentos punk riot grrrl e queercore aclamado por publicações como Público, Blitz ou Time Out. As actuações ao vivo não são apenas uma oportunidade para expor as canções: são também um momento para criar comunidade, seja qual for a geografia ou a situação. Com a mesma missiva, Vaiapraia é um dos fundadores da agência, promotora e produtora Maternidade e coordenador do Rama Em Flor (festival comunitário feminista queer).

Para Aurora Pinho, a dança sempre foi uma forma de dialogar consigo própria. De se esvair e construir, de se libertar e politizar. De certa forma, todos os seus projectos procuram denunciar e desactivar as construções normativas e patriarcais que enformam os nossos corpos e as nossas vivências. A sexualidade e a identidade são o “ponto de partida” para os seus processos de criação, de forma a dinamitar com o “arrastar de tabus”. Neste sentido, Aurora de Areia é o trabalho “mais complexo” que Aurora Pinho considera ter desenvolvido por abordar questões de identidade de género. Para Aurora, não há dúvidas de que o circuito nacional de artes performativas ainda não consegue lidar sem preconceitos e sem pudores com corpos queer e com corpos declaradamente sexuais, de várias dimensões. E quando eles conseguem estar em palco, a tendência para a exoticização está sempre ao virar da esquina.

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA | M/6 anos

DURAÇÃO | 120 minutos ( por cada noite)

LOTAÇÃO | 188 lugares (inclui 4 lugares para cadeiras de rodas)

PREÇO DOS BILHETES | 10€ preço único (acesso a todos os concertos do ciclo); Aderentes CAES – Cartão das Artes e Espetáculos de Sintra (2 bilhetes pelo preço de 1 normal)

INFO E RESERVAS | 91 461 69 49 | 96 340 32 55 | teatromosca@gmail.com

MORADA |

AMAS – Auditório Municipal António Silva

Shopping Cacém

Rua Coração de Maria, nº 1

2735-470 Cacém

+info em facebook.com/events/256300938601862/