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Misty Fest ’18, A simplicidade de Beatriz Nunes

Numa fuga ao frio que se fez sentir no passado dia 6 de Novembro, é no Teatro S. Luiz, mais precisamente na Sala Bernardo Sassetti que somos acolhidos pela voz quente de Beatriz Nunes e a sua banda. Um concerto que deu para conhecer o primeiro álbum de originais da cantora, Canto Primeiro, num concerto que ficou marcado pela subtileza e a maestria no canto.

Num estado nada depressivo (se formos a comparar com a Depressão Beatriz que se fez sentir durante o dia), a alegria contagiante de Beatriz Nunes e a sua banda composta por Mário Franco (contrabaixista), Luís Barrigas (pianista) e Jorge Moniz (baterista) fez com que uma hora de espectáculo voasse qual Andorinhas (primeiro tema apresentado no concerto).

Com vários temas da sua autoria, fomos ainda brindados com outros autores que fazem parte do seu repertório, como Zeca Afonso, com o Coro da Primavera ou ainda Aurora tem um Menino, tema que faz parte do Cancioneiro Popular do Alentejo e ainda Senhora do Ó, retirado de um poema de Margarida Vale do Gato.

A sua subtileza já referida, alia-se ao poder da letra. “Escrevi esta música há quatro anos, quando passámos por uma época conturbada. Mas não deixa de fazer sentido“. Esta introdução remeteu-nos para o tema Resistência. Sentimos familiaridade com as letras e com as músicas. A ligação entre público e artista é notória (e não estamos a referir apenas à presença de família e amigos). Há quem se sinta acolhido pelas músicas da cantora que decide deixar uma mensagem de apreço para a Margem Sul, a “melhor margem“, com o Sul e Sueste.

Associada ainda aos Madredeus, a cantora partilha a luz dos holofotes com a sua banda, que mais do que competente, é virtuosista e inspiradora, principalmente nos seus momentos de solista.

Do S. Luiz despedimo-nos com o encore que nunca falha, desde 2012, mas também de coração cheio por assistirmos a um concerto refrescante mas ao mesmo tempo acolhedor.

Nota de reportagem – ao contrário do que é costume nas nossas reportagens, não nos foi possível fazer deslocar um fotógrafo nosso para a composição fotográfica desta reportagem. Apesar de todos os esforços efetuados da nossa parte e da parte da UGURU, na existência de fotografias cedidas por outras fontes, decidimos avançar para a publicação desta reportagem sem qualquer registo fotográfico.

Promotor – UGURU