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Vodafone Mexefest 2017, novas confirmações para a reta final

Falta pouco mais de um mês para o Vodafone Mexefest, e por isto Outubro serviu para o festival continuar a reforçar o cartaz da edição deste ano que irá acontecer nos dias 24 e 25 de Novembro na Avenida da Liberdade em Lisboa.

A começar, anunciado foi o melhor hip hop do mundo trazido pelo norte-americano Oddisee, a pop eletrónica dos portugueses Ermo e ainda o contagiante surf rock das madrilenas Hinds.

Concentrado na sua própria arte, sem se distrair com as luzes do rap, Oddisee é um dos músicos mais produtivos dos últimos dez anos: mixtapes, discos, colaborações e muitos outros trabalhos enquanto produtor atestam a sua prodigiosa ética de trabalho. Filho de pai sudanês e mãe afro-americana, cresceu sob a influência do rap e da soul, contando com vários músicos em ambos os lados da família. Interventivo como poucos, Oddisee aborda temas como as desigualdades sociais e de género, ou a islamofobia. Mas o talento do rapper de Washington DC não se fica pelas letras e também se faz notar nas batidas, como prova “Odd Tape”, uma mixtape exclusivamente instrumental editada em 2016. Mais recentemente, já em 2017, Oddisee lançou “The Iceberg”. Como sempre, o próprio músico é também o produtor do disco. O jazz é a base de todo o trabalho, mas também há soul, funk, disco e, o mais importante, palavras que têm o dom de nos tornar mais conscientes. Ingredientes mais do que suficientes para mexer com o público do Vodafone Mexefest.

António Costa e Bernardo Barbosa são os Ermo, um dos projetos mais arrojados da nova música portuguesa. A dupla de Braga deu os primeiros passos em 2012, com o lançamento de um EP homónimo. No ano seguinte, editaram o seu primeiro longa duração. “Vem Por Aqui”, foi elogiado pela crítica e garantiu a presença da banda em vários palcos europeus e brasileiros. Difícil de catalogar, a música dos Ermo é influenciada por diferentes géneros, desde o hip hop até ao pós-punk. E essa aventura musical tem um novo capítulo: “Lo-Fi Moda”, editado este ano, marca a assinatura com a editora NorteSul. Apostado em criticar a vaidade e o narcisismo destes tempos de domínio digital, o disco já conquistou o público e a crítica – cinco estrelas foi a cotação atribuída pela Blitz e pelo Expresso. Feito da vontade de experimentar, mas sem perder um irresistível apelo pop, “Lo-Fi Moda” é já um dos discos portugueses do ano. O single “crtl + C ctrl + V” é um bom exemplo do talento desta dupla bracarense e, certamente, um dos temas que vamos poder ouvir em novembro, na Avenida da Liberdade em Lisboa.

“De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento” é o género de provérbio que está mais do que ultrapassado. Depois de ouvir Hinds estamos certos de que de Espanha vem, pelo menos, bom rock. Começou por ser um duo formado por Ana Perrote e Carlotta Cosials (vocalistas e guitarristas), mas depressa passou a quarteto com a entrada de Aden Martin (baixista) e Amber Grimbergen (baterista) para a banda. A proposta das Hinds é simples: rock de garagem, lo-fi, direto ao assunto, com carisma e descontração em doses elevadas. Depois do lançamento de algumas faixas soltas (elogiados pelo jornal The Guardian) e do EP “Very Best of Hinds so Far”, em 2016 chegou o primeiro álbum. “Leave Me Alone” mantém a fórmula, com uma energia punk irresistível. Na senda de bandas como os Best Coast ou os Wavves, as Hinds sabem como servir um bom surf rock. E basta ouvir uma canção como “Garden” para perceber que o outuno lisboeta vai aquecer com a vinda destas quatro madrilenas ao Vodafone Mexefest.

Depois destas confirmações, foi a vez de anunciar uma das melhores bandas portuguesas da atualidade: os Orelha Negra.

Nem todos acreditariam no enorme sucesso dos Orelha Negra, uma banda de hip hop sem vocalista. Felizmente, a melhor música só obedece a uma fórmula: talento e trabalho. João Gomes, Francisco Rebelo, Fred Ferreira, DJ Cruzfader e Sam The Kid provam isso mesmo, formando um quinteto de luxo, responsável por algum do melhor, mais arrojado e mais bem sucedido hip hop produzido em Portugal. Na semana em que lançaram o mais recente álbum foram líderes do top nacional de vendas, tendo destronado os Foo Fighters, lugar que mantiveram na segunda semana.

Estrearam-se em 2010 com um disco homónimo. Nas primeiras fotografias o rosto de cada um dos elementos do grupo aparecia tapado por um disco. Percebemos a mensagem: aqui, só a música importa. Dois anos depois, outro homónimo. E, entretanto, temas como “A Cura” e “Throwback” já estavam colados aos ouvidos dos portugueses. Hip hop, soul e funk são os territórios mais evidentes da música dos Orelha Negra, mas há muito mais, há uma imensidão de preciosos detalhes que fazem a diferença na construção de uma música que quer mais do que entreter – quer construir narrativas, criar imagens quase cinematográficas na cabeça de quem ouve, preservar a memória da música feita pelos outros, no passado.

Nada disto impede que esta música seja também um irresistível convite à dança. De facto, nos concertos dos Orelha Negra todo o corpo é convidado a embarcar numa viagem inesquecível. E uma dessas viagens está já marcada para novembro, na Avenida da Liberdade em Lisboa. Os Orelha Negra trazem um novo disco na bagagem, editado em setembro passado, e também homónimo. Este terceiro álbum da banda portuguesa foi o disco que mais vendeu no nosso país durante duas semanas consecutivas, um registo empenhado em desafiar as fronteiras do hip hop. “Ready” é um dos novos temas que vamos poder ouvir na próxima edição do Vodafone Mexefest. Estamos?

Finalmente, e quando já falta pouco para mais uma edição do Vodafone Mexefest e a contagem decrescente continua a ser feita da melhor maneira possível. Estão confirmados os britânicos Everything Everything, o português Moullinex e ainda uma dupla que, curiosamente, junta as duas nacionalidades anteriores, Benjamim e Barnaby Keen.

Quando nasceram em Manchester no ano de 2007, os Everything Everything já eram uma banda ambiciosa, com vontade de produzir um som futurista, em sintonia com um mundo em mudança. Nos primeiros tempos a vida de estrada exigia da banda um som mais punk e direto, mas não demorou muito até que Jonathan Higgs, Jeremy Pritchard, Michael Spearman e Alex Robertshaw concretizassem essa ambição, encontrando uma linguagem muito própria, onde indie rock, R&B, dream pop e até rock progressivo são influências que não se atropelam. Depois de três discos bem recebidos pelo público e pela crítica (com nomeações para o Mercury Prize, por exemplo), os Everything Everything acabam de lançar “Fever Dream”. É mais um disco desconcertante, com letras aguçadas e sintetizadores usados com a mestria de sempre. Com estas novidades na bagagem e a comemorar dez anos de carreira, os Everything Everything prometem animar a edição deste ano do Vodafone Mexefest.

É difícil falar de música eletrónica em Portugal sem referir o nome de Moullinex, o alter ego do viseense Luís Clara Gomes. Assume-se, cada vez mais, como umas das mentes mais irrequietas e criativas do panorama musical português, convidando vários géneros musicais para a sua música: soul, funk, garage rock e até MPB, tudo serve para enriquecer a eletrónica de Moullinex. Remisturas de nomes como Röyksopp e Robyn, Cut Copy ou Two Door Cinema Club são um dos fatores que explicam a fama internacional do músico português, requisitado para atuar nos palcos de todo o mundo. Sendo um talento irrequieto, Moullinex divide o seu tempo entre vários projetos: em conjunto com Xinobi é também responsável pela editora Discotexas, que pretende dar a conhecer a melhor música eletrónica que se vai fazendo em Portugal. Em nome próprio, e depois de dois discos aclamados pela crítica, “Flora” (2012) e “Elsewhere” (2015), Moullinex regressa agora com “Hypersex”, um registo que presta homenagem à cultura de dança. “Open House”, “Love Love Love” e “Work It Out” são alguns dos temas novos que vamos poder ouvir em novembro, na Avenida da Liberdade em Lisboa.

Já se sabe que Benjamim é um dos songwriters de maior talento na nova música portuguesa. O disco “Auto Radio”, editado em 2015, é a melhor prova disso – canções carregadas da história do próprio Benjamim, uma história também nossa, com influências que vão desde o conjunto Duo Ouro Negro até aos incontornáveis Beach Boys. No tempo em que morava em Londres e ainda assinava como Walter Benjamin, o português conheceu Barnaby Keen, músico britânico, mais conhecido pelo seu projeto Flying Ibex, mas também por ser membro do coletivo Electric Jalaaba. Muito por causa do facto de Keen também saber falar português (uma namorada fixou-o no Brasil, durante um tempo), os dois músicos depressa encontraram afinidades musicais. A paixão que ambos têm pelo disco “Construção” de Chico Buarque fez com que Bejamim e Barnaby Keen começassem a fazer música juntos. Esta partilha resultou no disco “1986”, editado este ano. Com a bossa nova no horizonte, mas sem esquecer as influências pop anglo-saxónicas dos anos 80, Benjamim e Barnaby Keen fizeram um dos discos mais interessantes do ano. “Dança Com Os Tubarões”, “All I Want” e “Terra Firme” são algumas das belíssimas canções que subirão ao palco no Vodafone Mexefest.

Os passes únicos para o Festival encontram-se à venda na Blueticket e locais habituais, e agora também na App Vodafone Mexefest, com desconto para clientes Vodafone.

Vofadone Mexefest, de palco em palco, a Música mexe na cidade.

Confirmados:

Aldous Harding, Allen Halloween, Benjamim e Barnaby Keen, Cigarettes After Sex, Childhood, Destroyer, Ermo, Everything Everything, Hinds, IAMDDB, Julia Holter, Karlon, Liars, Liniker e os Caramelows, Luís Severo, Manel Cruz, MOMO convida Camané, Moullinex, Oddisee, Orelha Negra, PAULi, Songhoy Blues, Statik Selektah, Valete, Washed Out

Informação de Bilhetes

Passe único dois dias

Até 23 de novembro: 45€
Nos dias do Festival: 50€

Locais de Venda

Blueticket – Call Center 707 780 000, lojas FNAC, lojas Worten, Centros Comerciais Dolce Vita (Amadora, Porto, Vila Real, Ovar, Coimbra e Funchal), Galerias Campo Pequeno, ABEP, lojas Media Markt, Turismo de Lisboa, Coliseu dos Recreios, Festicket, Masqueticket, TicketemasterDE, BOL, App da Vodafone (IOS e Android)

+info em www.vodafonemexefest.com | facebook.com/events/694629364055839/

Promotor – Música no Coração