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The Machine, a dinâmica da experimentação

Em contagem decrescente para o SonicBlast 2017, que irá acontecer em Moledo do Minho nos próximos dias 10,11 e 12 de Agosto, falámos um pouco com uma das bandas mais versáteis com quem contam este ano. O trio The Machine oriundo dos Países Baixos que já esteve entre nós, também no SonicBlast, em 2013.

Os The Machine compostos por Davy, David e Hans, têm já 5 álbuns editados.  O albúm de estreia, uma edição independente,  Shadow Of The Machine (2007), para depois se aliarem à Nasoni Records através de quem editam Solar Corona (2009), e mais tarde  já com a Elektrohasch Records para Drie (2010), Calmer Than you Are (2012) e mais recentemente Offblast! Em 2015. Marcam também presença com uma série de bandas como Electric Eye ou Dead Meadow na compilação Dazed & Confused – A Stoned-Out Salute To Led Zeppelin onde interpretam o tema Nobody’s Fault but Mine.

Com uma sonoridade que vai desde o stoner mais duro e ligado ao deserto a outras sonoridades mais próximas de algum rock progressivo, até a jam session em temas como Chrysalis (J​.​A​.​M​.​), primeira faixa de Offblast! É com alguma expectativa que aguardamos o concerto em Moledo no próximo dia 12 de Agosto onde irão tocar no palco principal.

Conversámos informalmente com David, guitarrista e vocalista para vos dar a conhecer um pouco mais desta banda que iniciou o seu percurso em 2007 e que conta já com álbuns que são uma peça incontornável do que de novo acontece na música europeia de inspiração stoner.

Música em DX (MDX)  – Para os nossos leitores que poderão não vos conhecer, quem faz o quê nos The Machine?

The Machine – Bem, temos o Hans, o nosso baixista, o Davy na bateria e eu como guitarrista e vocalista. Estamos juntos mais ou menos desde o outono de 2007 e tocamos rock, algumas das suas variadas formas.

MDX – Como escolheram o nome da banda?

The Machine – Foi durante uma sessão com um tabuleiro Oija que deu para o torto, numa noite escura e extremamente quente no meio do deserto de Flakkee, mais conhecido por pequeno Triângulo das Bermudas…Vendemos as nossas almas em troca de um sucesso infinito a tocar rock…e recomendaram-nos este nome.

MDX – Como desenvolvem as vossas músicas? Houve mudanças no processo criativo desde 2007 até agora?

The Machine – É quase sempre diferente de música para música. Algumas começam com demos que trazemos para a sala de ensaios, outras acontecem durante algum pequeno improviso que fazemos e surgem de forma quase instantânea. Por vezes usamos um riff de baixo do Hans ou uma batida especifica do Davy como ponto de partida e por aí fora.

Algumas músicas levamos meses a finalizá-las, outras vezes levamos uma hora a chegar ao som final. Suponho que como a maioria das bandas trabalhamos como uma unidade. Um corpo só. Gradualmente passámos de uma situação em que apenas improvisávamos  horas sem fim (há dez anos atrás era assim), e usávamos três acordes e uma quantidade semelhante de riffs por música com um solo de guitarra de dez minutos para depois compormos e estruturarmos e reestruturarmos ao mesmo tempo que também encurtávamos as músicas.

Na verdade é muito mais fácil pensar um pouco as coisas e levar um pouco mais de tempo para que apareçam ideias novas e interessantes, ou seja agora levamos mais tempo a compor menos minutos de música.

MDX – O vosso último álbum Offblast saiu em 2015. Já estão a trabalhar em músicas novas?

The Machine – Sim e não. Não, actualmente não estamos a escrever músicas novas. Sim, estamos a meio da gravação de um monte de músicas novas.

MDX – Quem são as vossas  maiores influências na forma como fazem a vossa música?

The Machine – Há dez anos atrás quando começámos sentíamo-nos directamente influenciados por alguns artistas, hoje isso já não acontece. Por isso não existem actualmente nenhumas influências de vulto no que estamos a fazer apesar de  todos nós trazemos influencias de outras músicas, como é normal. É correcto dizer que essas influências também vêm de outros estilos que extrapolam a nossa pequena cena. Para começar os nossos gostos pessoais são muito diversos. Eu passei agora algum tempo entre o Miles Davis dos anos 70, intercalando com algum punk hardcore e algum noise rock.

Do ponto de vista criativo tenho-me interessado menos em tocar sem rumo definido para me focar mais em certos ambientes e composições.

Ou seja, de um modo geral estamos mais focados, mas a nossa maior influência criativa neste momento é talvez o facto de não nos querermos repetir e fazermos apenas aquilo nos apetece.

MDX – Se tivessem uma máquina do tempo, com quem e quando gostariam de tocar?

The Machine – ahahahahah! Bem, deixa-me pensar… Eu gostava de ir ao futuro…porque o passado é o passado.

Como a nossa música tem estado sempre a evoluir e nós ainda somos uns deuses jovens, gostava de ver como estaremos daqui a 10 anos quando tivermos 40 e poucos, por isso basicamente gostaria de tocar comigo próprio!

MDX – Como são os vossos concertos e o que podemos esperar do concerto no SonicBlast?

The Machine – Infelizmente o nosso estilista demitiu-se há pouco tempo, foi trabalhar com uma banda mais na moda e com fatiotas a condizer por isso estamos um bocado à deriva na cena da imagem…mas como é verão e provavelmente vão estar pelo menos 30º graus  é provável que estejamos de calções e t-shirt. Como sempre  vamos dar o nosso melhor e divertir-mo-nos. É possível que no meio do set apareçam uma ou duas músicas novas. De certeza que não vamos tocar Moons of Neptune…. Nós tocámos no Sonic Blast em 2013 por isso também sabemos mais ou menos o que esperar do público. Digamos que isso é mais que suficiente para estejamos bastante ansiosos por voltar a Moledo.

Bandcamp: the-machine.bandcamp.com
Facebook: facebook.com/themachine.nl
Website oficial: www.themachineweb.com

+info em events/sonicblast-moledo-2017/

Entrevista – Isabel Maria