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Moonspell: A luz que se expande

Road to Extinct está na estrada e parou na passada sexta-feira pelo Coliseu dos Recreios. Lisboa aqueceu numa noite que contou com várias surpresas no concerto de apresentação do álbum que está nos tops nacionais, Extinct.

Eram 21h em ponto quando começou a festa. A cargo dos Bizarra Locomotiva, a banda liderada por Rui Sidónio fez questão de apresentar ao público o novo álbum, Mortuário. A presença enérgica do vocalista foi visível do início ao fim do concerto, que só pecou pela pouca duração, de apenas meia hora.

Com destaque para o início com “Na Febre de Ícaro”, a actuação ainda contou com a primeira aparição da noite de Fernando Ribeiro no palco, para cantar “O Anjo Exilado”, do Álbum Negro, algo que já não é a primeira vez.

Naquela que foi basicamente uma hora de espera dos Moonspell, foram os “amigos” gregos Septicflesh que entretiveram, com a interpretação de faixas que compõem o último disco Titan mas também do álbum de 2008, Communion.

Mais do que uma vez, o vocalista perguntou ao público português se eles estavam preparados. Creio que estavam mais do que preparados mas para a chegada dos Moonspell.

Essa chegada ocorreu pontualmente, às 23h05. Não podemos dizer que tenha sido um concerto para consagrar a banda. Fernando Ribeiro e companhia estão numa fase incrível de uma carreira que já leva 23 anos, sendo que este último álbum, para além de estar no top nacional cá em Portugal está também nas tabelas internacionais. E esgotado alguns dos palcos de uma tour europeia que começou no início deste mês e que em Maio se estende ao continente americano.

Com uma entrada rompante com o novo álbum, “Breathe (Until We Are No More)” e “Extinct” foram o primeiro cheirinho de uma noite de celebração. “Ainda estamos no ínicio”, pronunciava Fernando Ribeiro. Claro que não demorou muito para que as antigas malhas não ficassem esquecidas. “Opium” e “Awake!”, do álbum Irregious deram seguimento ao alinhamento.

O novo álbum tem uma nova vestimenta. Os Moonspell colocaram uma face mais romântica neste projecto, sendo que se nota no The Last of Us, single deste álbum, que anda a ecoar nas rádios nacionais. Mas também é neste seguimento que se nota uma maior importância da guitarra, incrivelmente interpretada por Ricardo Amorim.

“The future is Dark”, “Dominia”, “Malignia”, foram outras faixas do novo álbum que foram surgindo a meio do alinhamento que também serviram para contrastar o Extinct com o passado da banda.

“Esta noite é de celebração aqui na nossa Lisboa e também trazemos surpresas”, aclamou Ribeiro que acabou por trazer Mariangela Demurtas (vocalista da banda norueguesa Tristania), que interpretou “Raven Claws” e depois Rui Sidónio (já vestido) cantou o “Em nome do Medo”, do Alpha Noir.

Ter tantos anos de carreira traz consequências como ter um repertório vastíssimo, e estando na capital, também é oportunidade de aproveitar para cantar faixas na língua de Camões, como o caso da celta “Ataegina”. Mas não foi só esta do primeiro álbum, “Wolfheart” que foi interpretada. “Vampiria” e a “Alma Mater” que terminou com o concerto, com a bandeira nacional erguida em punho.

Para o encore estavam guardadas outras faixas da velha guarda, como o “Mephisto”, a “Wolfshade” e a “Full Moon Madness”.

Em apenas duas horas, o feitiço da lua enfeitiçou todos os presentes naquela que é, porventura, a maior banda portuguesa da atualidade.

Promotor – Everything is New
Texto – Carlos Sousa Vieira
Fotografia – Luis Sousa