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ZigurFest anuncia cartaz de 2025

Começámos como tantas outras histórias, com uma ideia alimentada por ingenuidade e paixão em doses iguais. Uma espécie de sonho febril que parecia ser só nosso, mas que com o passar dos anos foi sendo abraçado e partilhado pelas pessoas, ruas e paisagens da região. Hoje, prestes a celebrar a 15ª edição, acreditamos que o ZigurFest pertence ao imaginário colectivo da cidade de Lamego.

Em 2025 como em 2011, impera neste festival a vontade de transformar Lamego em tantos palcos quantos sejam precisos para que a expressão artística possa ser verdadeiramente livre. Cultura sem espartilhos, seja onde for, custe o que custar.

Nunca escondemos a crença no poder transformador da arte, não fugimos à imaginação e abraçamos todas as visões com a mesma força. É por isso que valores como inclusão, representatividade, igualdade, respeito e solidariedade são matrizes essenciais do nosso pensamento e têm reflexo directo na programação que vai ocupar Lamego de 31 de Julho a 2 de Agosto.

Olhos postos então num alinhamento que se desdobra em múltiplas expressões. Começando pelos posters, merchandise e outros elementos gráficos ainda em desenvolvimento, todos eles criados a partir de peças assinadas pelos utentes da Associação Portas Prá Vida, os mesmos que vão estar em residência artística com Bernardo Álvares e a artista plástica Oro Íris. Desta residência – que em 2023 originou a Tribo Improviso e em 2024 nos deu o filme “Os Focados da Vida Leve” – irá sair ainda uma exposição que reúne os melhores trabalhos desenvolvidos neste período.

Ainda no campo da criação artística, apresentamos uma colaboração inédita entre o lendário músico e produtor Jerry The Cat – residente em Portugal há quase duas décadas e com percurso feito em linguagens que vão do jazz ao funk, do blues à disco, do rock à electrónica – e a centenária Banda Marcial de Cambres. E no que às artes de palco diz respeito, damos carta branca à designer de luz lamecense Cárin Geada e à coreógrafa Cristina Planas Leitão para ocuparem o Teatro Ribeiro Conceição com uma peça onde a performance será também um acto de resistência, reflexão e afeto.

O arranque do festival faz-se em Cambres, freguesia onde nos estreamos com a pop sonhadora de Evaya (na foto – num concerto que será interpretado em Língua Gestual Portuguesa), o punk a sete vozes das Amijas (na foto) e a apresentação da residência de Jerry The Cat com a Banda Marcial de Cambres.

Regressamos também ao Bairro da Ponte para duas tardes de comunhão banhadas pelo rio (não se esqueçam do fato de banho) e pela música de Van DerI’A’V (o novíssimo trio de Inês Malheiro, Violeta Azevedo e Arianna Casellas), Paulo Vicente 4tet (com Joana Guerra, Luís Vicente e Jerry the Cat) e Just Fish. Agitamos a Rua da Olaria com o hardcore dos Ideal Victim, a fusão dos Deambula e a electrónica de Spitbender. E terminamos na Alameda com o hip-hop aguçado de Rafeiro (também interpretado em Língua Gestual Portuguesa), as palavras de ordem da Banda de Call Center (na foto) e o afrofuturismo misterioso de Fidju Kitxora (na foto).

Mas há mais: durante os três dias do festival, o colectivo Furor Iminente irá desenvolver um workshop de criação musical inspirado nas ruas e espaços da cidade como locais de encontro, história e identidade. O workshop é destinado a qualquer pessoa que goste de música, não requer conhecimentos musicais prévios e terá inscrições abertas em www.zigurfest.com.

Também a ZIGUR.FM regressa à cidade para se afirmar com um espaço laboratorial e intergeracional de cariz efémero. A ZIGUR.FM estará aberta a todos aqueles que queiram conhecer a realidade por detrás do éter durante os dias do festival, mas também aceita submissões de programas vindas de todo o país. Inscrevam-se já em www.zigurfest.com.

Nas próximas semanas será anunciado o programa de Conversas Abertas do festival, assim como a distribuição de concertos e restantes actividades por dias e locais.

entrada para o ZigurFest e acesso a todas as actividades do festival são totalmente gratuitas. O festival tem o apoio do Município de Lamego.

Fotografia (capa) – Pedro Jafuno