Concertos Reportagens

The Lemon Twigs, Uma família de boas vibrações e revivalismo

A essência das coisas.
A organicidade e a forma genuína  das quais a humanidade tanto se alimentou para agora se diluir no facilitismo, no consumismo e na falta de humanidade.
Dois irmãos em sua casa a aproveitar o tempo e a vida com criação artística ao invés de gastar o tempo e a vida com a superficialidade dos dias e o facilitismo que se respira.
Não bastava já esta valência do gosto pela essência das coisas, como ainda temos o gosto pelo revivalismo pop rock do que se fazia na era dourada dos anos 60 e 70.

São dois irmãos mas quatro talentosos músicos que se esvaem numa versatilidade e mestria  que os faz dançar entre instrumentos, não falhando nenhum.
Com um estilo bem vincado e cabelos à la Ramones os
The Lemon Twigs estrearam-se finalmente em Portugal no passado dia 25 de Maio no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães, tendo descido no dia a seguir para Lisboa, onde uma legião de fãs os esperava no Lisboa ao Vivo.

De modo inesperado, tiveram na primeira parte Tape Junk com Pedro Branco a que esta que vos escreve só teve oportunidade de sentir as distorções e parte final de uma música que parecia bastante corpulenta mas que fazia parte do fim do concerto.

Regressando à família de Long Island que fez as delícias dos presentes com sua pop solarenga carregada de melodias redondas e bem polidas que se entrelaçavam com as harmonias quentes e brilhantes, trazia um novíssimo disco na mala que foi a estrela da noite. A Dream Is All We Know saiu no início de Maio e dividiu o palco com Everything Harmony lançado um ano antes, havendo ainda espaço para leves apontamentos dos anos de 2020, 2018 e 2016.

A Dream Is All We Know traz uma pop mais aprimorada, deixando os traços robustos de rock para os seus antecessores mas sem nunca deixar o gosto retro bastante demarcado. Ambos os irmãos D’Addario cantam e o baixista também vai cantando com eles, o que torna as canções mais densas e a cheirar a banda sonora de filme de adolescentes aventureiros à lá Goonies ou The Monster Squad. A guitarra de 12 cordas brilha, apurando as composições imponentes do trio de cordas (com baixo à Paul McCartney) não deixando de lado as teclas e a bateria. De um lado ao outro do palco tudo se toca com a maior habilidade e mestria.

Com variações entre a country, a pop e o rock a influência dos The Beatles, The Kinks, The Byrds, The Beach Boys e até de T-Rex são claras e ficam-lhes bem. Deixaram-nos de alma cheia e com o gosto da essência das coisas nos lábios, tal como o sorriso. 

O público rendeu-se a eles desde o início, cantando as músicas e dançando com elas durante mais de uma hora e meia de concerto.
O encore foi feito a solo com a melancolia bela de “If You Give Enough” e “When Winter Comes Around”, deixando-nos libertar o corpo e dançar entusiasticamente ao som de “Good Vibrations” dos The Beach Boys. 

TAPE JUNK

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THE LEMON TWIGS

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