Notícias

Concertos Que Nunca Existiram regressam a 30 de Setembro para a 6ª Edição

Após 5 anos de forte impacto cultural na freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão, a edição deste ano reforça a ligação à comunidade e será a última neste formato. Bilhetes limitados já podem ser adquiridos.

É já no dia 30 de setembro que a 6ª edição dos Concertos Que Nunca Existiram chega à freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão. A experiência que cruza a música emergente com abordagens artísticas disruptivas, em plena harmonia com a ruralidade, despede-se do local onde nasceu, com concertos e um jantar de celebração.

O evento que, desde 2018, promove uma “experiência imersiva” na natureza, terá a sua última edição na Quinta da Senhora da Guia, antes de assumir um novo formato. A única constante é a oferta de uma experiência única, comunitária e eclética, junto às margens do rio Douro.

O dia começa logo com uma novidade nos Concertos Que Nunca Existiram: uma “beach party” em Bitetos pelas 11h00 da manhã – pensada pela organização como uma oferta à comunidade local – sendo de acesso livre. Com a envolvência das margens fluviais e a fauna e flora endémicas a servir de pano de fundo, a praia de Bitetos vai receber 3 artistas que prometem momentos contemplativos, singulares e imprevisíveis.
A abertura do evento fica a cargo da artista Inês Malheiro, autora do disco “Deusa Náusea”, que apresenta a sua música contemplativa, de micro-fragmentos de electrónica, rock e jazz. Segue-se o multifacetado músico Nuno Loureiro (Fugly, Solar Corona, Mada Treku, Lorr No), que vai incorporar polirritmos e batidas vanguardistas nas paisagens sonoras atmosféricas e abstratas. A “beach party” em Bitetos terminará com a atuação do artista multidisciplinar galego, Juanma LoDo, que vai criar uma performance no próprio local – em que o público poderá ser convidado a participar e interagir – num momento que será, certamente, surpreendente.

No roteiro, segue-se uma caminhada até um local particular e pouco explorado: a Quinta de Fontambom. Aí, o artista norte-americano, Jacob Cohen, também conhecido por Rabbistravinsky, que já apresentou a sua arte no Japão, Finlândia, Tailândia, Polónia ou Índia – e que participou na banda-sonora do filme Foxcatcher (nomeado para 5 Grammy) – vai apresentar a sua música, num misto de improviso e performance, em que o violoncelo é o elemento central.
Depois, os participantes descem a emblemática escadaria da Quinta de Fontambom, e seguem através de um percurso natural cheio de vegetação selvagem, com o rio Douro a acompanhar todo o percurso até ao terceiro local da experiência: a Quinta da Senhora da Guia. Durante este percurso tudo pode acontecer e o público deverá estar preparado para qualquer surpresa.
Na Quinta da Senhora da Guia – que foi berço e viu crescer os Concertos Que Nunca Existiram – estarão os Black Bombaim, prontos para receber o público, com o seu heavy psych/stoner rock. O trio de titãs de Barcelos que já tocou um pouco por todo o mundo, estreia-se no concelho de Marco de Canaveses numa atuação que se prevê explosiva.
Segue-se um momento especial nos Concertos Que Nunca Existiram: um Jantar que será preparado especialmente pela organização – em forma de agradecimento para com o público, que tem abraçado com muito apetite, os CQNE, desde a primeira edição. Neste momento de comunhão entre a organização e todos os participantes promove-se a arte de bem cozinhar, a descoberta dos sabores e o convívio entre as pessoas. O jantar está incluído no bilhete dos Concertos Que Nunca Existiram.

Para finalizar o jantar e levantar da cadeira está programada a atuação do António Bandeiras DJ, o “espírito livre made in Caxinas” que se assume “romântico, porém orgulhoso”. O momento ideal para começar a dançar e fazer a digestão, enquanto se absorvem as malhas de batidas icônicas, mas sinceras.

No Carvalhal – espaço adjacente ao local do jantar – terá lugar a performance/instalação de Francisco Antão: “A Máquina de Emaranhar Paisagens”. Preparada especialmente para este momento e espaço, terá na força e imprevisibilidade do som e na agilidade da luz os seus pontos fortes para proporcionar uma experiência única.

Neste novo setting – o Carvalhal – seguem-se 3 novos espetáculos:

A catalã Adelaida – que passou pela edição deste ano do Primavera Sound de Barcelona – em estreia absoluta em Portugal, vem apresentar o seu disco “Cántaro”, um conjunto de profecias místicas alicerçadas em cortes eletrónicos, desconstruções avant-garde e canto coral.
De seguida, os decibéis aumentam com os MAQUINA. – a nova coqueluche nacional do rock sujo e psicadelismo, com movimentação kraut e peso industrial. Os Concertos Que Nunca Existiram apresentam o trio lisboeta no momento ideal, vindo diretamente do festival Paredes de Coura, com as músicas do aclamado disco “Dirty Tracks For Clubbing” já bem oleadas ao vivo.
A noite termina com a festa da DJ Meritxell de Soto, artista multidisciplinar da cena de Barcelona, habituada a pisar palcos como o Razzmatazz, e que faz dos seus sets de perreo, uma experiência do corpo e para o corpo, em que o feminismo e o prazer hedonista são os seus gritos de liberdade.

À semelhança das edições anteriores, este é um evento com lotação limitada “para garantir aos participantes uma experiência mais pessoal e de proximidade”. Essa relação de proximidade com os artistas e a organização, trouxe aos CQNE, público de todos os continentes.

O bilhete para o evento, que começa às 11h00 e termina às 00h00, tem o valor de 25€. Este montante é fundamental para satisfazer as necessidades associadas à programação do cartaz, sendo todo o trabalho logístico desenvolvido com a ajuda dos voluntários da associação Rústico.Cultura. Para garantir a participação, os visitantes devem enviar um email para cqne2023@gmail.com e seguir os restantes passos.

O projeto, organizado pela Rústico.Cultura, conta mais uma vez com a colaboração da Lovers & Lollypops, a promotora diretamente envolvida na construção da programação do cartaz, “respeitando sempre a dinâmica que caracteriza este acontecimento tão especial.” Os Concertos Que Nunca Existiram são um projeto da Rústico.Cultura, uma associação sem fins lucrativos, constituída por pessoas que trabalham meses a fio, de forma voluntária – e sem retorno financeiro – com o objetivo de levar cultura ao concelho de Marco de Canaveses.  Apesar dos poucos apoios, o projeto tem conseguido manter a frequência, devido ao grande espírito de camaradagem e entreajuda dos jovens que fazem parte da Rústico.Cultura. A associação assume que “o que nos move é fazer acontecer por aqui, algo que nunca existiu”.