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Fred regressa em nome próprio com “Series Vol.1 – Madlib”

Em “Series Vol.1 – Madlib”, FRED faz uma espécie de tributo a Madlib – aka Otis Jackson Jr. –, o grande mestre da produção, um decantador do som. “De Otis Jackson Jr. vem a inspiração para muitas outras coisas: o groove, o requinte e a sofisticação que estão em cada um destes dez temas. Escutamos Fred a tocar bateria como até hoje não tinha tocado – mesmo que soubéssemos que ele é um baterista de excelência, com uma plástica impressionante que vai do punk-rock ao boom-bap”, escreve Bruno Martins no texto de apresentação do disco.

Sofisticação essa que salta aos ouvidos logo nos primeiros segundos de “Series Vol.1 – Madlib”. FRED rodeou-se de um ensemble de luxo, um quarteto de experimentados músicos de jazz que o levaram a encontrar novas formas de vida na criação e a dar um esforço extra à execução. São eles: Eduardo Cardinho no vibrafone; Tomás Marques no saxofone; Márcio Augusto no baixo; e Karlos Rotsen no piano e teclados. Eles conferem a este disco uma dimensão de novo-jazz que está patente em “MHB”, o tema que abre o disco, e “Road of The Lonely One”, o primeiro single extraído de “Series Vol.1 – Madlib”, que têm tanto de impactante como de delicado e recebem, das mãos de FRED e companhia, um polido retratamento, aqui em ambientes jazz-eletrónico.

“Se é verdade que em ‘Series Vol.1 – Madlib’ o baterista foi obrigado a esforço extra para corresponder à novidade da imprevisibilidade jazzística, também é verdade que não há nada neste disco que soe a esforçado. Assume-se a cumplicidade: a contagem, em estúdio, dos compassos, das derivações e dos desvios. São dez faixas em que somos convidados a descobrir, numa viagem sónica de alta execução orquestrada por um músico de excelência que, ao fim de tantos anos a fazer música em múltiplas dimensões, ainda tem a capacidade de encontrar novos desígnios e fazer cumpri-los. E está tudo no ouvido de Fred: não só de baterista, mas também de produtor. E neste disco, é arrebatadora a capacidade de dar nova vida e reescrever com tanta elegância aquilo que muitas vezes parecem esquissos – ainda que a roçarem a perfeição – de Otis Jackson Jr.”, remata o jornalista.

Com mais de 20 anos de carreira, o baterista e produtor tem com a música uma relação quase umbilical. Dos longínquos Yellow W Van aos Orelha Negra, passando pelos Buraka Som Sistema e a Banda do Mar, FRED deixou a sua impressão digital e cunho em inúmeros projectos.

Fotografia (capa) – Miguel Oliveira