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O Taina Fest está a chegar à Bonjóia

Ainda que o ano seja atípico, o mês de junho continua a ser o dos arraias, da sardinha a pingar na broa e das copadas de sangria. Antecipando o que ainda não sabemos para o São João, o Taina Fest volta a experimentar-se na rua, numa versão que requer uso de máscara e lugares sentados, mas que nem por isso deixa de ser a desculpa ideal para uma tarde composta por alguns dos maiores prazeres da vida: convívio e música. A edição 2021, acontece já este domingo 6 de junho, no Centro Cultural de Atletismo de Bonjóia. A partir das 16h00 da tarde servem-se actuações de JibóiaPaisielAna Pacheco e Ghettoven. A entrada é livre e limitada à lotação do espaço.

Quando Óscar Silva apresentou Jibóia tornou bem claro que a sua música iria beber a diferentes trópicos deste mundo, procurando uma conexão entre climas e ritmos que não obedeceriam estritamente a regras de tempo e espaço. Agora a trabalhar em formato trio, com Ricardo Martins na bateria e Mestre André no saxofone e electrónicas, o projecto de Óscar Silva parte à experiência para criar música através de um conceito, bem redondinho, é música de cosmos, e não é exagero pensar em Sun Ra como inspiração, dado o diálogo rico, fluente e aberto que acontece entre os músicos ao longo dos quatro temas de OOOO, o seu último disco. A sua música flui de um modo livre, mas rigoroso, e circular, trabalhando em constância uma ideia de movimento. É inevitável associar o movimento a viagem, uma que tanto se estende ao cosmos como reforça as convicções de Jibóia/Óscar Silva em trabalhar nas não-convenções do rock e do jazz.

Paisiel é o enigmático nome do projeto do baterista, percussionista e escultor sonoro João Pais Filipe e o do saxofonista alemão Julius Gabriel. Alicerçado numa exploração individual do som e das possibilidades expressivas dos instrumentos de cada um, a música deste duo corresponde a um impulso de sistematização de referências sem correspondências, nem afinidades óbvias. Melodias texturadas e abstratas propulsionadas por uma percussão simultaneamente mecânica e existencial que se metamorfoseia num transe cinético. Músicos heterodoxos e digressivos, movendo-se livremente entre a música experimental, o jazz, o rock e as restantes declinações indecifráveis de novas categorias musicais, João Pais Filipe e Julius Gabriel criam música radiográfica que habita algures numa zona intermédia entre a recepção e a emissão de sinal, como uma central telefónica do cosmos.

O Taina Fest realizado em coprodução com o Cultura em Expansão / Câmara Municipal do Porto.