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“O Problema é o Sistema” é o novo single de LUTA LIVRE, projecto de Luís Varatojo

LUTA LIVRE é o novo projecto do músico Luís Varatojo que resulta de um olhar interventivo sobre a sociedade e a actualidade. Nas palavras do jornalista Manuel Halpern: “É música de intervenção alicerçada na melhor tradição de Zeca Afonso, José Mário Branco, Clash ou Gil Scott-Heron, mas com uma linguagem estética aplicada à vida contemporânea, feita de ecrãs, redes sociais, frases curtas, movimentos rápidos. Musicalmente, também responde a essa nova essência mesclada, algures entre o jazz, o pop e o hip-hop, mas sem nunca se dispersar ao ponto de pôr em causa a clareza da mensagem. Mudam-se os tempos mudam-se as canções. Mas a Luta continua.“1

O escritor José Luís Peixoto acrescenta: “Desde há 46 anos que, em Abril, regressa a memória daquilo que o sonho de liberdade é capaz. Precisamos muito de quem nos avive essa memória. Ainda bem que continua a haver quem não tenha medo de dizer certas palavras, de cantá-las.”

Depois de dar a conhecer canções como “Política” (com a colaboração de Ricardo Toscano no saxofone e do coro Gospel Collective), “Ninguém Quer Saber” (com Kika Santos) e “Iniquidade” (com o saxofonista Edgar Caramelo), é altura de revelar um novo tema, “O Problema é o Sistema“, que volta a contar com a participação de Kika Santos.

Saberíamos todos desempenhar uma melhor cidadania. Estamos informados o bastante, há escola e imprensa suficiente para que, adultos, nos pudéssemos dirigir a um mundo de equilíbrios e de esplendor. Somos, ainda assim, a vasta multidão de adiados. Resignados com a nossa dimensão apenas lúdica, tantas vezes satisfeitos com certa miséria em troca de um entretenimento quotidiano e a promessa de que, num dia de são nunca, vingaremos tudo.

A iniquidade não é só que nos proponham a injustiça, é também que a contratemos sem protesto para as nossas próprias vidas, normalizando-a e protelando, desde logo para o tempo das próximas gerações, a imposição de regimes mais igualitários onde ninguém seja impedido de ser milionário desde que rigorosamente ninguém seja deixado na pobreza.

Se a pandemia ainda não revelara grande arte, abatendo-se sobre os criadores como susto, perplexidade ou demora, o Luís Varatojo desembruxou de vez a situação. “Iniquidade” é uma canção para o património do mundo. Belo Edgar Caramelo à solta nos saxofones, bela passada que, como dizia acima, se demarca porque nos vinga um pouco. Enquanto arte, enquanto gesto cidadão.” Valter Hugo Mãe (Escritor)

+info Luís Varatojo

Fotografia (capa) – Luís Varatojo