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“Sangue Irmão” é o segundo single de “Homem Delírio”, o novo disco dos Um Corpo Estranho

Sangue Irmão” é o segundo tema divulgado do novo disco Homem Delírio pela dupla Um Corpo Estranho, com apoio da Fundação GDA e com edição prevista para 22 de Março pela Malafamado Records.

Depois do primeiro single e vídeo “O Estrangeiro” já disponível nas plataformas digitais, João Mota e Pedro Franco, abrem os bastidores a todo o processo que envolveu o novo trabalho de originais num segundo vídeo, populado pelas várias intervenções de artistas locais que a banda compilou ao longo do processo.

Tudo começa nas canções e nas letras, sendo que, durante a composição, surgiram vários personagens, arquétipos e paisagens, dando-nos, desde cedo, a noção de que este trabalho tinha de ser dilatado para fora da nossa esfera habitual. Quisemos alargar a música a outras vertentes artísticas e lançámos o desafio a cada parte envolvida. Havia a preocupação de procurarmos uma linguagem comum, ao mesmo tempo que incentivávamos a liberdade criativa de cada interveniente.”

A ilustração da artista plástica Rita Melo para a capa do disco foi o ponto de partida, dando uma cara e uma personalidade ao Homem Delírio, no fundo, a entidade-narradora que nos acompanha ao longo dos temas. Rita Melo está representada em várias colecções públicas e privadas, expõe individual e colectivamente desde 2004 e tem representado Portugal internacionalmente em diversos projectos. O realizador António Aleixo (com o apoio da Garagem produções e Souza Filmes) fez a interpretação visual do primeiro single e ligou-o com a ilustração e com a temática da letra, dando origem ao vídeo interpretado por João Bordeira.

Homem Delírio, produzido por Sérgio Mendes contou ainda com a participação musical de Celina da Piedade (acordeão) e Paulo Cavaco (piano). Todo este processo foi acompanhado e documentado através da lente dos fotógrafos Rui David, Xetubre e André Areias.

Por fim a ideia alastrou-se ao tipo de espectáculo ao vivo que iríamos dar. Sentimos que este disco pedia mais do que o formato habitual de concerto. Lançámos o desafio ao Ricardo Mondim, com quem já tínhamos trabalhado anteriormente, e começámos a criar o que vai ser o universo cénico do disco. No fundo, cada trabalho é separado e tem uma expressão própria, sendo que cada peça, vídeo, música, espectáculo e ilustração servem para contar uma versão da estória deste disco.

Sobre a estreia ao vivo, anunciada para dia 11 de Maio no Teatro São João em Palmela, a dupla avança que será um espectáculo que alia o teatro físico e a dança à música do disco. Será interpretado pelos próprios membros da banda e Ricardo Mondim, a quem cabe também a encenação e o conceito plástico da peça. “Homem Delírio” é uma narrativa sem texto, para além das letras das canções, que parte da premissa de um universo distópico, em que Abelâmio, a personagem central, se move por entre ruínas e escombros de uma civilização caída, e se vê obrigado a reinventar o sonho e a esperança, respigando, pelo caminho, objectos e memórias de um passado esquecido, dando vida a elementos e figuras fantásticas que populam o seu imaginário. A produção cabe à Passos e Compassos tendo os figurinos ficado a cargo de Zé Nova, e conta percorrer o país ao longo deste ano.

 “Homem Delírio” é o 3.º disco de canções de Um Corpo Estranho, 6.º no percurso total do duo, que conta já, também, com três bandas sonoras para os bailados, “A velha Ampulheta“, “Qarib” e “A Almofada da Paula“, este último baseado na obra da pintora Paula Rego.

Neste novo registo o duo explora um universo mais introspectivo e intimista, apoiando-se numa poética inspirada no surrealismo e no teatro do absurdo, envolvendo os oito temas que o compõem em camadas ambientais mais densas que nos discos anteriores. “Homem Delírio” é, segundo a banda, um disco de ruptura com os universos dos discos anteriores, uma viragem necessária na sonoridade que tem vindo a caracterizar o projecto, ao mesmo tempo que assume uma aproximação ao lado mais ambiental que a dupla tem vindo a explorar nas composições para bailado, num assumido namoro ao terreno das artes plásticas e performativas.

Finalistas do Prémio José Afonso em 2015, escrevem em conjunto canções em português e têm vindo a compor para curtas metragens e peças de dança/ teatro físico.

Após dois discos, “De Não Ter Tempo” (2014) que conta com a participação de Celina da Piedade e inclui uma versão de um tema de Madredeus (acreditado por Pedro Ayres Magalhães) e “Pulso” (2016), considerado por alguma imprensa especializada como um dos melhores discos nacionais do ano (Santos da Casa RUC, Certeza da Música, No Sólo Fado), os Um Corpo Estranho estão de volta.

+info Um Corpo Estranho

Fotografia (capa) – Rui David