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Elder e Desert Smoke, os gigantes também cantam o deserto

Na passada terça feira dia 13 de Novembro o RCA recebeu uma banda há muito aguardada pelo público português mas principalmente por aqueles que não tiveram a felicidade de os ver em 2017 na sua estreia…vou reformular…ou acrescentar que quem os viu em 2017 ansiava também por uma nova oportunidade. Os americanos Elder. A banda que nos ofereceu músicas tão fabulosas como Spirit of Aphelion ou Gemini ia  apresentar-se pela primeira vez em Lisboa depois da estreia em 2017 no Sonic Blast Moledo onde também foram uma das bandas que mais expectativa gerou nesse ano.

Desta vez apresentaram-se em formato quarteto, que tem sido a sua forma habitual depois de Reflections of a Floating World, formato este que os beneficia em todos os aspectos.

 

A noite começou com uma sala já bem composta e com os nativos Desert Smoke, que editaram este ano o seu primeiro EP, Hidden Mirage pela Raging Planet, a encher a sala com os seus riffs poderosos e lentos, e que como muito bem disseram aqueceram o público na viagem pelas músicas densas.

Foi com uma daquelas ovações que reservamos aos velhos amigos ou aquelas bandas que tem mesmo um lugar muito especial no nosso imaginário que os Elder foram recebidos. Especial de uma outra forma que torna este um acontecimento um pouco mais singular, pois trata-se do último concerto da tour, porque intuímos que é provável que não tarde a surgir um novo registo.

O palco irradiou uma energia fantástica aos primeiros acordes de Dead Roots Rising e durante aqueles minutos toda a sala a reverberou ao no mesmo tom, naquela comunhão tão essencial a quem se entrega com toda a sua força, que guarda toda aquela magia que todos os seres possuem mas só exibem em momentos especiais.

A viagem destes rapazes do Massachutes voltaria aos seus momentos mais recentes com o regresso a Sanctuary e Staving Off Truth de Reflections of The Floating World e quando alguns de nós que os vimos em Moledo recordamos momentos semelhantes consegue quase ser visível o crescimento da banda dentro das músicas do último álbum. .

Mas estas noites são feitas de regressos e nostalgia e seria imperdoável, imperdoável talvez seja uma palavra pesada, não nos dar um travo de tudo aquilo que foi feito antes deste último disco e assim regressamos a Lore e Dead Roots Rising.

A noite supostamente terminaria com Thousand Hands, mas a turba de gente que aqui se apresentou para ouvir os Elder iria decerto fazer-se ouvir se num concerto de final de tour que é também uma primeira vez em Lisboa, o quarteto não desse um pouco mais. Os gritos pela banda trazem-nos de volta para The Falling Veill. Irrepreensível a quase todos os níveis, principalmente pelo sentido de comunhão da banda com o seu público os Elder ainda não terminavam os últimos acordes e já sentíamos em nós a saudade e o desejo do regresso.

 

Promotor – Garboyl Lives