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Lisbon Psych Fest’17, Os polens do psicadelismo regressam a Lisboa

A primavera traz com ela alergias, alegrias e dias maiores. Traz, também, um festival que já começa a ser ansiado pela sua diversidade, especificidade e irreverência. Falo da terceira edição do Lisbon Psych Fest e da sua chegada nos dias 7 e 8 de Abril ao, já habitual, Teatro do Bairro.

Não são só nestes dois dias que a essência do Festival nos enche de satisfação. O festival já teve uma Launch Party no passado mês de Março no Damas. Aconteceu no dia 18 com o folk revivalista dos holandeses The Wild Raspberries.

Para os mais resistentes e de forma a abrir o apetite para a festa de sexta e sábado, no dia 6 vai acontecer o Kick-Off no Sabotage Rock Club com aqueles que encerraram a primeira edição do festival, o duo The Vacant Lots e o seu psicadelismo electrónico.

Esperam-se os dois dias seguintes de forma intensa e com alguma ânsia da descoberta e vontade de planar por atmosferas díspares e levitacionais. Há uma panóplia de estilos dentro do psicadelismo a ser explorados. Há ainda breves passagens pelo folk, psych-surf, krautrock, experimentalismo e shoegaze. No primeiro dia temos The Miami Flu, Sugar Candy Mountain, Camera, Hércules, Orval Carlos Sibelius e Josefin Öhrn + The Liberation; já o segundo dia apresenta Qer Dier, K-X-P, The Japanese Girl, Acid Acid, Throw Down Bones e Dead Rabbits.

Como ponto de partida, os portugueses Hércules abrem a primeira noite de festival com a sua sonoridade sonhadora de quem vive em constante mobilidade por entre o algodão das nuvens.

Logo de seguida, ainda em português, The Miami Flu trazem com eles ondas de um estilo que parte do videogame, desenhado com riffs viciantes e melodiosos.

Da América, para o coração do Bairro Alto, os Sugar Candy Mountain seguem-se no palco e vão trazer uma vaga quente de sensualidade e melodias envolventes que nos vão fazer, suavemente, entrar numa dança lenta onde o sentido do toque vai abundar.

Orval Carlos Sibelius vem de Paris com uma mala cheia de influências de prog, pop, electro e 70’s psych, prometendo criar loops mentais em todos nós.

Na recta final, Josefin Öhrn + The Liberation vai construir um belo caminho de hipnose que nos vai prender nalguns pontos estrategicamente desenhados pela nossa mente.

Para finalizar a noite, e porque no dia a seguir há mais, algo mais ritmado e pesado. Falo do krautrock alucinado dos alemães Camera que nos vai fazer subir um degrau na mente e na viagem.

 

A recuperação é algo que se requer rápida nestas alturas, até porque a segunda noite de viagem aparece logo a seguir e temos de estar preparados para deixar-nos ir. Neste segundo dia, abrem as hostes os portugueses Qer Dier com a sua sonoridade em forma de loops inquietantes em constante movimento.

Acid Acid é já um nome sonante na vaga de psicadelismo feito em terras lusas. Nesta noite vai injectar-nos, uma vez mais, o seu ácido transgénico que rapidamente reporta a mente a um ponto de ebulição em constante prazer.

Ainda em português, os The Japanese Girl, aparecem para nos fazer descer à terra com o seu garage rock que misturam com uma certa camada de sintetizadores.

Os Throw Down Bones baseiam-se na experiência sensorial e mental. Testam limites e vão levar-nos a confrontos e choques internos de texturas complexas e distorcidas.

Para aliviar o astral e nos guiar ao deserto, entram em palco os Dead Rabbits. A viagem até lá vai fazer-se lentamente e de modo delicado, para podermos saborear corporalmente cada brisa que sair pelas colunas.

Por fim, a fechar a segunda noite e o festival, uma explosão auditiva de ritmos e experiências. Os finlandeses K-X-P vão puxar o tapete e deixar-nos sem chão e sem limites. Os impulsos corporais vão revelar-se descontrolados e parar apenas quando as luzes acenderem.

Quem achar que ainda não foi suficiente e tiver vontade de mais, pode rumar ao Fontória, onde vai acontecer a After Party com os holandeses The Mauskovic Dance Band que vão proporcionar as boas energias suficientes para esquecermos o cansaço e terminarmos a noite em perfeita harmonia.

Com esta ementa, certamente que os amantes de sonoridades cósmicas não vão querer perder o banquete, tal como nós.

O passe geral tem o custo de 28€ e o bilhete diário 20€. Os bilhetes podem ser adquiridos na Louie Louie ou aqui: http://lisbonpsychfest.com/tickets/

+info em lisbonpsychfest.com | facebook.com/events

Promotor – Killer Mathilda
Evento – Lisbon Psych Fest’17
Texto – Eliana Berto
Fotografia (Capa) – Nuno Cruz | You Said Strange @ Lisbon Psych Fest’16