Backstage

Viajemos pela imaginação com os Memória de Peixe

Vivemos em tempos tão acelerados que quatro anos parecem uma eternidade. Corria o ano de 2012 quando uma nova banda tomou de assalto as nossas playlists de Verão com um som tão refrescante quanto um Mojito junto à praia. Os Memória de Peixe, duo virtuoso de amantes da pop, arrebatavam pela técnica enquanto nos convidavam a dançar ao som de loops entrelaçados de guitarra. Contudo, desde esse ido ano que esta memória parecia estar a ser progressivamente condenada ao esquecimento. Foi, por isso, um raio de luz no meio de um ano tenebroso a chegada de Himiko Cloud, segundo álbum que anuncia uns Memória de Peixe bastante mais desenvoltos e propensos à exploração, agora com Marco Franco na bateria. Foi para conhecermos mais desta pletora de universos que recorremos aos préstimos do timoneiro Miguel Nicolau.

Música em DX (MDX) – Os Memória de Peixe estão de volta com Himiko Cloud, apresentado num concerto lotado no Musicbox. Como foi esse retorno e como foi apresentar os temas novos ao vivo?

Os temas ao vivo ganham sempre uma roupagem diferente da que têm normalmente em álbum. Há sempre compromissos que se têm de fazer porque este projecto assenta sempre nos loops, ou seja, tem sempre essa restrição, mas acho que, ao mesmo tempo, quando criámos este álbum, também pensámos muito nessa parte, de como é que íamos tocar isto ao vivo. Os truques já estavam bem estudados na concepção do álbum, portanto, apesar de ser ligeiramente diferente, acho que conseguimos fazer justiça àquilo que é o álbum e às suas nuances todas. Eu gostei muito, acho que as pessoas também, a casa esteve cheia… não sei se foi tudo comprado! (risos) Acho que estavam lá muito amigos, mas estava lá gente também que tinha curiosidade e foi um privilégio para nós ver essa malta assim, porque passaram quatro anos e não é todos os dias que se faz isto.

MDX – Por falar em quatro anos, eu fui assistir ao vosso concerto no Jameson Urban Routes de há dois anos atrás e na altura vocês tinham apontado o lançamento do álbum para Março de 2015. A que é que se deu este atraso?

Nós tivemos alguns atrasos e imprevistos quando nos apercebemos que este era um disco mais conceptual e que era mais assente na imagem. Quando tu não tens muita maneira de ter esta quantidade enorme de coisas que nós temos, nem dinheiro, precisas de tempo. Houve também muitos atrasos porque nós acabámos por sair da Lovers & Lollypops, houve ali um momento de indefinição em que já tínhamos tudo pronto. Mas essencialmente é isso, as coisas acabam por demorar mais tempo a ser feitas, desde os vídeos à parte do artwork e das pinturas. O próprio processo do Himiko, do peixe anti-gravidade, que, já agora, existe mesmo: nós não o levámos para o Musicbox mas ele existe. Foi também um processo muito moroso porque é um peixe em papel e o Andy Singleton é um artista fantástico e tem montes de trabalho.

MDX – Como é que vocês entraram em contacto com ele, já agora?

Foi um email, muito simples, a dizer: «Pá, olha, nós gostamos imenso do teu trabalho e gostávamos de fazer isto. Temos um peixe que queremos que seja a figura central de toda uma série de aventuras fantásticas.» Mostrei-lhe o álbum e ele respondeu-nos: «Epá, adoro a vossa música e bora lá, vou vos dar uma ajuda!»

MDX – Relativamente ao conceito, parece estar entre o Sci-Fi e o Fantástico.  Vocês têm algumas informações quanto ao mesmo nas vossas páginas online, mas queres dar uma descrição mais detalhada?

Em primeiro lugar, isto é um cruzamento entre fantasia e sci-fi de algum teor cientifico, nós gostávamos de tentar criar duplas camadas de leitura para quem tiver paciência para ir fazer uma pesquisa e ver o que é o Immortality Drive, o que é o Himiko Cloud e por aí. É óbvio que isso depois é uma apropriação do teor científico, aplicado à fantasia. Começando, por exemplo, com o Supercollider, é uma homenagem ao CERN (um centro de exploração onde andam à procura da matéria negra e de montes de questões que são tabu da ciência) em que as partículas estão todas à pancada umas com as outras. A Immortality Drive é a história de uma nave que vai à deriva no cosmos e que existe mesmo na prática. É uma nave Soyuz que está enclausurada dentro da Estação Internacional Espacial e que contém o registo de ADN de figuras que eles consideram importantes da humanidade. Em caso de cataclismo, a nave é mesmo acionada para o Espaço, para preservar a linhagem da humanidade. O Haverö’s Dream é sobre um cometa que caiu em Haverö, na Finlândia. É sobre o sonho desse cometa, a solidão de um cometa que anda à volta do cosmos aonde não se passa nada para ele, está ali a vaguear à deriva. Portanto, há esse lado na tentativa de irmos à procura de conceitos que se aplicassem ao mesmo tempo ao Himiko Cloud.

Se fores ao Wikipedia ver, o Himiko tá associado a uma rainha xamânica japonesa da antiguidade, é uma figura muito misteriosa que supostamente está relacionada com magias e artes obscuras e nos filmes e nos videojogos há representações do Himiko. A ciência, quando descobriu este Himiko Cloud, chamou-lhe Himiko por isso mesmo, não conseguiu explicar o que é que aquilo era. É basicamente uma protogaláxia que come outras galáxias, é uma coisa muito estranha. O nosso Himiko Cloud vem do peixe, nós queríamos dar um ar mais sci-fi e fantasioso ao álbum, o Himiko é o peixe voador e o Cloud é o sítio onde todas estas aventuras estão reunidas.

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MDX – Permite-me traçar um paralelo: tal como tornam um conceito tão intelectual e trabalhado do ponto de vista científico numa coisa tão divertida, também a vossa música está entre a técnica virtuosa e a sensibilidade pop.

É um paralelismo interessante, sim, apesar de numa primeira instância não pensarmos em fazer uma coisa virtuosa ou que demonstre as nossas capacidades. Mas reconheço que, comparado com o primeiro álbum, acho que este está mais sofisticado. Isso teve a ver com o momento em que condicionámos o nosso processo de composição de uma forma diferente do habitual. Nós desde muito cedo começámos a criar estas histórias em tour, algumas foram criadas muito cedo, e nós começámos a escrevê-las logo de antemão, fruto do resultado de não ter nada para fazer nos intervalos entre concertos. Quando estás a compor música a partir de imagens, a preocupação é outra, tens de respeitar o guião. Isso é um exercício completamente diferente do que simplesmente fazer música, há partes de maior movimento no guião em que tu se calhar tens de dar mais velocidade à música e há outras em que tens de acalmar. Essas dinâmicas que aparecem vão muito de encontro a respeitar uma história que está escrita, não têm a ver com uma necessidade de demonstração técnica.

MDX – Parte do conceito parece também girar à volta do universo dos videojogos, desde o videoclip da Arcadia Garden até algumas melodias espalhadas pelo álbum. Quão determinantes foram essas influências para o Himiko Cloud?

Brutais, foram muito importantes. Para já, os videojogos são um dos universos que nos influenciam, fizeram parte do meu crescimento enquanto pessoa, ainda fazem, e eu acho que a própria música dos videojogos é um exercício de banda sonora absolutamente fantástico. Estou-me a lembrar dos jogos da Mega Drive, e até de anteriores, em que eles estavam condicionados àquelas frequências e aparelhos, tinhas de fazer música com aquilo e há música fantástica só com aquilo! No fundo, tudo gira à volta de fazeres música com uma imagem e claro que a parte didática e interactiva, desde a 7/4 e dos outros vídeos onde andávamos a explorar isso, é uma influência constante. Há músicas em que a influência se nota mais, como no 8-bit da Supercollider, a Arcadia Garden ou a própria Tragic Sans, no fundo isto são os tais  Dead Pixels  na nossa frase de promoção [“It’s a world of fantasy, adventures, final bosses, super-heroes, lonely comets, space odysseys and angry quarks falling in love with dead pixels”]. É um bom resumo porque alia os videojogos às bandas-sonoras, à BD, ao cartoon, aos livros e filmes sci-fi. Essas influências todas já têm tanta criatividade embutida que quando uma pessoa é exposta a elas, é impossível ficar indiferente e então começa a criar ainda mais universos dentro daqueles já estabelecidos.

MDX – Nota-se no álbum que vocês mantém a mesma sonoridade muito própria mas aqui apresenta-se mais densa e repleta de pormenores. Como é que vocês abordaram a composição desta vez?

A composição foi completamente diferente porque nós criámos primeiro as histórias de alguns temas, foi esse o mote para a criação deste álbum, à base de imagens. Nem todas as músicas foram escritas com um argumento, algumas são mais livres, mas a partir do momento em que tu tens uma imagem pela qual te segues ou inspiras, tu sabes que vais fazer música para ali. Nós queríamos trabalhar essa restrição musicalmente. Ao mesmo tempo, também queríamos explorar um lado mais orgânico que estava presente nos concertos, mais improvisado, que no álbum anterior não se notava tanto. Foi um ano na sala de ensaio a improvisar, a gravar, a escolher, a transcrever os melhores momentos, a ver o que é bom, o que encaixa, e depois a aprender a tocá-los e a dar ordem àquilo tudo. Convém dizer que o primeiro álbum também teve um objectivo composicional, que foi de escrever músicas de 3:30 minutos, quase todas singles e pop, também houve um challenge de produção. Agora foi outro, porque não gostamos de ficar parados no mesmo sítio.

MDX – Com a chegada do Marco à banda, vocês tomaram outra metodologia na composição e gravação do álbum?

Sim, no fundo é isto. Tudo o que eu disse agora, é também a forma de pensar do Marco Franco. É muito improviso, o Marco vem dum background diferente mas paralelo ou próximo ao meu. Quando começámos os dois a falar de música, encontrámos muitas referências que são próximas, desde a música clássica ao Jazz. Quando eu era mais novo, a loja do Trem Azul já estava aberta, eu não tinha mais nada para fazer, estava estudar e quando tinha tempo livre ia à Trem Azul e perguntava «Olhem, podem-me mostrar discos? Eu gosto de aprender música e tal» e os gajos vinham com discos de guitarristas e de saxofonistas, música experimental, contemporânea, improvisada e eu ficava as tardes inteiras a ouvir aquilo, CD a CD, e depois ia-me embora, umas vezes com discos comprados, outras vezes não! Era o meu Spotify! Ou seja, encontrei muitos pontos em comum com o Marco, mesmo sem os conhecer directamente. Para voltar à tua pergunta, o Marco tem esse background, tem Mikado Lab, que também já é uma banda de fusão total, tem um passado mais Rock n Roll, com os Braindead e coisas assim, tocou com a Maria João e o Mário Laginha… É um músico super variado e com uma sensibilidade pop também e isso aproximou-nos, gosto dessa premissa, dessa liberdade.

MDX – Foi como que um catalisador para soltarem esse potencial?

Sim, sem dúvida, encontrar pessoas que pensem da mesma forma que tu é difícil. É importante que as pessoas gostem mais ou menos das mesmas coisas e tenham mais ou menos as mesmas influências, porque se não…Já sabes o background todo do meu interesse e do Marco, agora imagina nós os dois numa sala de ensaio; sai de tudo um pouco! Desde música africana, pop, rock, math rock, nós não temos travões. Agora… pôr isto tudo em música? É muito complicado, por isso é que tentámos criar uma restrição para isto fazer parte de um universo esquizo-maluco onde pudéssemos encaixar ideias tão diferentes e tão variadas estilisticamente no álbum. Neste caso foram as histórias que nos ajudaram a criar esses momentos.

MDX – A produção do álbum também parece puxar por esse lado mais denso e intrincado das músicas. Talvez seja abusivo considerá-las mais pesadas, mas seguramente parecem mais intensas.

Acho que sim, acho que está mais pesado. No primeiro álbum não tínhamos esse lado live tão desenvolvido, ou seja, tu ouvias o disco e era muito limpinho e brilhante, mas ao vivo tinhas um amplificador de baixo ao lado do de guitarra, o que dá um power completamente diferente. Isso só aconteceu muito na fase final do primeiro disco, essa parte mais geek do sistema sonoro, porque eu não percebia nada de pedais, fui aprendendo. Portanto, esse passou a ser o meu som.

MDX – Achas que há muito terreno para explorar dentro do universo musical dos Memória de Peixe? Reconheces alguma limitação onde o vosso percurso possa chocar?

Eu acho que a limitação do loop é, de facto, uma restrição que dá a volta à cabeça, porque isto tudo [a questão das histórias] poderia ser um mote para uma banda sem usar essa restrição. Agora, depois disto tudo ainda tens de pensar como é que dentro de 8 segundos, ou de um pedal, tu consegues replicar esta tralha toda. Isso dá o dobro do trabalho, acho eu. Eu pelo menos tenho a experiência de trabalhar com outras bandas e sei que é diferente ir tocar guitarra versus criar a canção inteira num pedal, se falha alguma coisa estás tramado. Agora, eu acho que há mais coisas para explorar, não te vou dizer que vou fazer isto para o resto da minha vida, não sei, mas eu acredito que sim, que ainda há muita coisa para explorar com a guitarra e o loop. Não sei o quê, mas acho que há. Se eu soubesse o que era, também não ia à procura, mas se eu soubesse que não havia mais nada para explorar, digo-te já que este seria o último disco. Bem, vou procurar (risos).

MDX – Na senda do que estavas a dizer, os Memória de Peixe são o teu projecto, como é que encaras essa responsabilidade em comparação à tua colaboração com os Cavaliers of Fun?

É diferente, mas Memória de Peixe também não é uma responsabilidade de projecto a solo, não é somente o meu projecto. É algo mais conceptual, o próprio nome é uma metáfora da condição do projecto. Posso ser eu, mas sou eu condicionado por isso, é uma espécie de salvaguarda. Eu tenho imensa música que gostava de explorar, música sinfónica até. Tive a oportunidade de fazer os arranjos do novo disco do JP Simões, agora Bloom, e explorei outros terrenos músicais. Com Memória, sinto a responsabilidade de ter criado o projecto, mas não de ser um projecto a solo porque é-me fundamental ter a bateria a intrometer-se no processo musical.

MDX – Memória de Peixe é quase um trabalho de superação para ti enquanto músico?

Sim é, eu às vezes nem tenho noção da dificuldade que pode ser fazer aquela malha, porque tu passas um dia inteiro a resolver aquela parte específica enquanto estás a gravar. Estares a tocar um dia inteiro uma frase, mesmo que seja rápida, está-se bem. Mas passados 365 dias tens 40 frases daquelas para tocar ao vivo e ali e ficas «Epá, como é que isto se faz?». Não sou that good! Tenho de ensaiar e de praticar! Na vida nós temos de criar circunstâncias para depois lidarmos com elas.

MDX – O videoclip para Arcádia Garden, tal como, por exemplo, o de 7/4, foi realizado por ti. Como é que decorreu a gravação? Quão importante é facto da vossa apresentação visual ser pensada e concebida por ti?

É um lado de que eu gosto muito e a parte do vídeo também é a minha formação académica. Também penso em imagens tal e qual como penso para a música, ter um conceito, uma ideia, e explorá-lo. Eu não sou muito bom para executar coisas. Apesar de já ter trabalhado em programas televisivos e em cinema, não é a minha praia, mas é importante passar por isso para para aprenderes, e gosto desse lado autoral da criação. Ou seja, eu quando fazia vídeos, recebia a música e imaginava uma história alternativa e momentos narrativos para essa música, por vezes totalmente diferentes daquilo que o artista pensou. É preciso tempo para fazeres uma coisa desse género. Tendo um projecto destes, consigo aliar as duas coisas e tudo em prol do mesmo objectivo e do mesmo resultado. Tenho um escape ao mesmo tempo que tenho um projecto musical para poder explorar ideias que eu goste.

Quanto ao vídeo, a 7/4 é uma tentativa de explicar às pessoas como é que esta questão dos loops se representa de uma forma gráfica. Escolhemos pela dança e às tantas, como aquilo se complexifica, as pessoas a partir do quarto compasso já não sabem onde está o primeiro e o segundo, mas acho que o resultado gráfico aí ajuda. A Arcádia Garden correu bem, apesar da falta de meios nos ter obrigado a particionar as gravações ao longo de muitos meses. Depois houve um lado burocrático de negociar com a Quinta da Regaleira, a quem, desde já agradeço, por nos ter facultado as instalações, porque era muito importante para a ambiência do vídeo. Tínhamos pedido, inclusivé, ao Carlos Gaspar para desenhar um jardim e uma quinta com túneis na capa, está essa descrição, por isso a Quinta da Regaleira era o sítio perfeito para o fazer. Depois foi a parte do 3-D, que demorou um ano fazer. Só aparece 10 segundos, mas demora imenso tempo a fazer e foi ao cargo de uma só pessoa. Estas coisas são a parte mais complicada, as ideias e como as concretizas, isso arranja-se… Mas isto é tudo pro bono e o gajo dos U2 está rico (risos).

MDX – Têm mais vídeos planeados, não é?

Temos, a questão é como é que os vamos fazer. Isto tem muito a ver com essa superação de que estávamos a falar, eu gosto de me meter em alhadas e depois tenho de as resolver. Isso puxa por mim. Eu não tenho dinheiro para fazer estas coisas e o desafio é sempre esse, como é que um gajo vai dar a volta a isso.

MDX – Sendo tu das Caldas da Rainha, tendo em conta que a cidade se veio a tornar num hub criativo nos últimos anos, quão influente é essa tua proveniência enquanto artista/músico?

Eu cresci nas Caldas como pessoa e como músico, e acho que isso influencia tudo, mesmo que aches que não seja directo, desde as primeiras bandas que tu tens. Por acaso, na primeira banda que eu tive nas Caldas, um dos membros era irmão mais novo de um baterista que já tinha feito parte doutras bandas das Caldas (João Xavier) e foi muito graças a ele que nós (na altura mais putos) conhecemos outra geração, que tinha feito coisas tão boas. Com a geração anterior a essa não tive tanto contacto, como a geração do João Paulo Feliciano – que foi um dos grandes responsáveis pela cena Caldene com os Tina and the Top Ten que tiveram bastante impacto nos finais dos 80’s, início dos 90’s. Mas é todo este conjunto de bandas e gerações que pôs a cidade no mapa, a onda do DIY, do Indie Rock alternativo a puxar para Pavement, talvez um pouco o que os Cave Story estão a resgatar genuinamente e que eu adoro. Cresci a ouvir Sonic Youth, Pavement (…) My Bloody Valentine é uma das minhas bandas preferidas. Cresci com tudo isto, mas também com o Jazz, música brasileira, fusão – que ouvia muito em casa. Também tive alguma influência da cena de Alcobaça também, até porque estive numa banda que era de lá – os Spartak. No entanto, a grande maioria da chamada cena das Caldas eu infelizmente era demasiado novo para a poder ter vivido nesse período mas fico contente por ter sido influenciado pelas ondas de choque dessa época.

MDX – Planos para os Memória de Peixe para nos próximos tempos?

Continuar a fazer música. Eu estou aqui pela satisfação que isto me dá, se fosse para ganhar dinheiro e pensar doutra forma não valeria a pena para mim. Queremos fazer um terceiro álbum o mais depressa possível, vamos tocar ao Eurosonic em Janeiro, temos uma tour marcada de Janeiro a Março e até agora não temos mais nada marcado. Estamos também a aguardar as reacções ao álbum, ver o que as pessoas acham disto tudo.

Entrevista – António Moura dos Santos
Fotografia – Daniel Jesus