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Lisbon Psych Fest’16, A fragrância primaveril do rock psicadélico

Depois do sucesso da primeira edição em 2015, o Lisbon Psych Fest regressa para encher o coração do Bairro Alto de rock nas suas mais variadas formas nos dias 15 e 16 de Abril.

Esta segunda edição centra-se no actual revivalismo psych e todas as suas ramificações que vão desde o shoegaze ao spacerock passando pelo psych folk, synth pop, post punk, rock experimental e noise.

A antecipar o Festival e como forma de aperitivo, a organização já fez uma Launch Party e vai fazer dois Warm Up’s. A Launch Party ocorreu ainda no ano passado, a 14 de Novembro, como forma de anunciar e celebrar a próxima edição do festival. O local escolhido foi o DAMAS bar e contou com a presença de Lord Mount.

O primeiro Warm Up vai acontecer já nesta sexta-feira, dia 25, no Musicbox onde vão participar os portugueses Ghost Hunt e os russos Gnoomes. Os bilhetes estão disponíveis pelo preço de 6€ se comprado antes e 8€ na porta.

Mais informações: https://www.facebook.com/events/458380981036681/

Em jeito de aguçar o apetite para o festival, no dia anterior ao começo do festival, há um novo Warm Up, desta vez na Galeria Zé dos Bois. No dia 14 de Abril a sala acolhedora e intimista situada no Bairro Alto recebe um encontro entre Jacco Gardner e Helena Espvall. O preço dos bilhetes é de 8€.

Mais informações: https://www.facebook.com/events/238884583122050/

Em pé de igualdade com a primeira edição, esta segunda oferece um alinhamento de luxo. No primeiro dia, o Teatro do Bairro vai poder contar com Ganso, Sun Blossoms, Chui Wan, Chicos de Nazca, 10 000 Russos e The Underground Youth e, no segundo, com Twin Transistors, Alek Rein, TAU, You Said Dance, The Altereded Hours e GNOD.

A primeira noite começa em Português com os Ganso que, com os seus riffs de rock’n’roll, acabam por misturar o blues com rock psicadélico acabando por construir melodias tropicais e apelativas ao abanar da anca.

Continuando em português, mas já num registo um pouco diferente, é-nos apresentado Sun Blossoms, um lisboeta talentoso que consegue juntar os acordes alegres de um por do sol de verão com um indie pop um tanto alternativo com tonalidades subtis de psicadelismo.

Dando um salto para o continente asiático, descobrimos Chui Wan, na China. Este quarteto traz-nos o mundo do rock experimental que se cruza com o psicadélico algures na simbiose de melodias e instrumentos usados e nos promete guiar por uma viagem apetecível pelo espaço.

Num lado oposto, do Chile, vêm os Chicos de Nazca. Trazem um som que nos remete a décadas atrás, revelando atmosferas opacas e condensadas de cordas e teclas harmoniosas. A voz é o complemento que faz a diferença, arrastada e ligeiramente distorcida, cria empatia e vontade de se agarrar logo à primeira palavra. Certamente serão capazes de nos envolver carinhosamente na sua música.

De volta a Portugal, os penúltimos da noite são os badalados 10 000 Russos. Já com um grande reconhecimento e força, estes rapazes do norte trazem um complexo sonoro inquietante e saboroso. Com uma voz densa e escura, que ecoa pela mente, existe a possibilidade de nos perdermos de nós próprios e nos vermos a caminhar por paisagens desconhecidas e incertas, tendo como ponto de referência, sempre, os sintetizadores.

A noite vai terminar com o duo britânico The Underground Youth. Com um grande reconhecimento na vaga underground, mesclam o post punk, o shoegaze e o rock psicadélico e conseguem construir algo com uma enorme coesão e deleite. Vão fechar o palco e criar, certamente, a sede necessária para os pés continuarem a caminhar para o Teatro do Bairro no dia a seguir.

No dia 16, segundo dia de festival as surpresas vão continuar a existir e devemos ter todos os sentidos bem apurados para receber as restantes 6 bandas.

Novamente em português, o palco é aberto por Twin Transistors que tanto têm nuances de rock psicadélico como de post punk, este último marcado pelo timbre vocal. Existem ainda riffs de rock’n’roll e contrastes de blues, resultando numa excelente conjugação de elementos.

Ainda em português mas com raízes americanas aparece Alek Rein, músico de intervenção com origens no folk, vai ter como convidados nome com algum peso como Guilherme Canhão (Sunflare e Tigrala) no baixo e Luís Barros (dreamweapon) na bateria que irão, certamente, elevar a qualidade sonora.

Da Alemanha aparece TAU acompanhado, igualmente, por elementos de luxo. A sonoridade que trazem traduz-se em encantamentos e elementos xamânicos que nos vão guiar por florestas encantadas cobertas de psicadelismo denso.

Vizinhos de TAU, da França vêm os You said Strange, que gravaram e produziram o seu EP no mesmo estúdio dos Black Market Karma, que estiveram presentes no ano passado no festival. Com raízes dos anos 60, o psicadelismo que trazem contém algumas influências orientais combinadas com um toque subtil de shoegaze.

Já na recta final, da Irlanda, vêm os The Altered Hours. Com um som hipnótico e sombrio e com uma poética acompanhada de uma voz quase de manifesto e constatação, serão capazes de criar ambientes opostos de inquietude e satisfação fazendo lembrar, por vezes, Slowdive.

A noite vai terminar com os britânicos GNOD. Carregados de experimentalismo e loops perturbadores. Criam encruzilhadas mentais, podendo guiar-nos a um estado de transe profundo. Projecto reconhecido como o mais bem sucedido na onda alternativa do Reino Unido, não poderia dar um melhor término ao festival.

Com este cartaz, está criado o cenário perfeito para os amantes do psicadelismo poderem sentir-se em casa e quiçá, viajar por planetas, florestas e perderem-se em labirintos sonoros.

Tudo isto vai acontecer em dois dias e o Música em DX alerta que ficar em casa não será uma boa opção.

Antes do festival o passe geral tem o preço de 25€ e na porta custará 30€. Assim como o bilhete diário, se comprado antes tem o valor de 16€ e, na porta, de 20€.

Os bilhetes podem ser adquiridos em www.lisbonpshycfest.com ou na Louie Louie.

+info em http://www.lisbonpsychfest.com/ | https://www.facebook.com/lisbonpsychfest/

Texto – Eliana Berto
Promotor – Killer Mathilda