Depois da festa de grande sucesso em Lisboa, no Musicbox, o 7º Aniversário do BranMorrighan volta a subir ao Porto, cidade do coração de Sofia Teixeira, para levar consigo três projectos emergentes e o conceituado Dj A Boy Named Sue ao Maus Hábitos.
Se por um lado a festa em Lisboa reflectiu a confirmação de três talentos em 2015, a festa no Porto espelha as grandes apostas da nova música portuguesa para 2016. Em concerto, a noite passa por três variantes de música electrónica. Começa com o exotismo e noise de Surma, mergulha nas profundezas com Whales, para acabar numa pluralidade aveludada e lânguida com Azul-Revolto. Porém há mais e acabadas as actuações, a música continua por sonoridades Rhythm & Blues, Soul, Surf, 60’s, Latin Grooves, Exotica, Garage, Punk Rock, ou Vintage Electronics, através das escolhas requintadas e impregnadas de rock’n’roll do Dj A Boy Named Sue.
Débora Umbelino é original de Leiria mas o que nos traz vem de paisagens bem mais exóticas. SURMA é o seu projecto a solo onde mistura sonoridades do jazz com post-rock, electrónica e noise em composições invulgares. Nos rituais desta nova tribo, combinam-se os poderes de cordas, samplers, sintetizadores, e harmonias, que nos levam para algures entre o noise e o experimental. Inovação e minimalismo exótico, ninguém sabe muito bem onde começa e acaba, nem mesmo a senhora que segue ao volante, mas é precisamente aí que reside a beleza da viagem.
Os Whales ainda não fizeram um ano de existência mas já venceram a mais recente edição do Festival Termómetro. Dizem que o seu nome foi escolhido por causa do paralelismo que há entre o processo de composição e o trajecto que a baleia faz no oceano: “É um animal que anda devagar, mas com firmeza”. Entre as novas correntes do vasto oceano da música indie (tanto no rock como na electrónica) começamos a avistar, cada vez mais perto, um caso sério nas novas bandas nacionais.
Desde que lançou o seu primeiro trabalho “Ouija” (ZigurArtists, 2014) Azul-Revolto tem-se revelado um dos mais cativantes projectos da música electrónica a emergir de Lisboa. Um ano depois de em “Ouija” nos ter brindado com quatro temas que privilegiavam a introspecção (não só do autor, mas também do ouvinte), o novíssimo “S O M A” (ZigurArtists, 2016) é um exercício de esplendor rítmico que encerra uma fisicalidade quase palpável. “S O M A” é uma colecção de temas groovados com traços leftfield, passando por um ambiente house e garage, que apontam certeiramente à entrega e a recompensa do corpo.
Os seus sets caracterizam-se por uma forte vertente rock’n’roll, nos quais visita sonoridades Rhythm & Blues, Soul, Surf, 60’s, Latin Grooves, Exotica, Garage, Punk Rock, ou Vintage Electronics, uma espécie de máquina do tempo, que cria laços entre os grandes clássicos e as novas vertentes da música contemporânea. Playlists ou sets pré-definidos não têm espaço neste universo caracterizado por ambientes dançáveis e festivos, intensos e imprevisíveis, recheados de hits do passado e do presente. Sinal dos tempos ou desígnio dos deuses, A Boy Named Sue baralha e volta a dar a História da Música Popular, sem quebras de ritmo nem tiros no escuro, como só um verdadeiro mestre-de-cerimónias é capaz.
BILHETE – 3,5€
Mais informação em http://www.branmorrighan.com/