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Les Crazy Coconuts, a festa tropical

Houve uma noite dedicada aos leirienses. Onde se fez prova de que Leiria é o berço de boas sonoridades e energias. Essa noite foi a passada quinta-feira, dia 10 de Dezembro, e aconteceu entre as paredes de pedra do MusicBox, no Cais do Sodré.

O objectivo era festejar o lançamento do álbum homónimo dos Les Crazy Coconuts e, apresentá-lo. Para isso chamaram uns amigos para se juntarem a festa, os Bússola.

Os Bússola também vêm de Leiria e, tal como os anfitriões, trazem algo novo. Em cima do palco, há um contrabaixo, uma guitarra acústica e uma eléctrica, um acordeão, teclas, bateria e um tambor. Pode ser algo intrigante imaginar o resultado da união desta multiplicidade de sons, no entanto, é algo surpreendente e confortante ao ouvido.

Estes cinco meninos, fazem música com sentimento. O estilo, resulta de uma combinação entre o folk, o indie e o pop. A voz, com um timbre apaziguante e suave, mas grave ao mesmo tempo, é colocada de uma maneira mágica que nos faz sentir abraçados a cada palavra. Em quase 1h de concerto, os Bússola apresentaram o EP, também homónimo, lançado este ano e mais umas quantas faixas já à espera de álbum como “The Storm”, “Back From The Dead” e outras mais. A melancolia, que se transpunha nos acordes menores, serviu para aconchegar as almas e tornar o ambiente acolhedor.

Cheios de energia e alegria, os Les Crazy Coconuts, já com um nome dotado de algum brilhantismo, trazem algo fresco e novo. A inclusão de sapateado como percussão, acompanhado de rock e electrónica é algo que resulta maravilhosamente bem. Tal como nome sugere, esta banda cheira e transpira verão, tornando o ambiente quente onde quer que vão.

Um ritmo contagiante e uma energia gritante traziam animação e um ar de festa ao MusicBox. A boa disposição, característica inata da Adriana, do Gil e do Tiago continuavam salientes, apesar da existência de alguns problemas de som que os acompanharam ao longo do concerto.

A voz distorcida do Gil acompanha de mãos dadas os beats que trabalha com os dedos e os acordes que vão saindo da guitarra, não podendo ser criada uma harmonia maior entre todos os elementos existentes em cima do palco. A acompanhar o sapateado, a Adriana dança e encanta, trazendo alma e corpo à banda.

O álbum foi tocado na íntegra desde a “Belong” à “Sailormoon”, deixando o público a pedir mais e a desejar que o concerto não fosse tão curto. O mundo espera-os, só têm que continuar com esta originalidade e garra.

Texto – Eliana Berto
Fotografia – Luis Sousa