Opinião Reviews

CORREIA, “Act I”. O princípio

É com um enorme orgulho e prazer que o Música em DX vê nascer um projeto que vai dar que falar e arrebatar muitos ouvidos e almas. Trata-se da união de talento que, para além de partilhar o sangue, partilha também o gosto (bom, por sinal) pela música.

Foi em 2009/2010 que Apolinário (Poli) Correia – Devil In Me/Sam Alone –, e o irmão, Miguel (Mike) Correia – Men Eater/More Than a Thousand –, pensaram na criação de uma banda de família. No entanto, só este ano o projeto ganhou pernas e começou a andar. Ambos com carreiras musicais distintas, que se vão interligando e cruzando, decidem criar algo único, deles e para a vida. Algo que os acompanhe até os dedos já não conseguirem tocar, os braços perderem a força e a voz falhar. A eles e a nós.

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De nome CORREIA (apelido de família), este projeto já tem álbum. É o primeiro de muitos, chama-se Act I e promete muito. Promete ansiedade, nervoso miudinho, satisfação, deleite, desafios e um borbulhar de emoções que não se descrevem em palavras.

Trata-se de um trabalho que reúne todas as influências de uma infância e juventude ligadas por uma só consciência cheia de vivências. Resultando em tudo o que são e querem fazer na e pela música, com uma única missão: fazer rock, como o sentem, com uma mensagem mais espiritual que se resume na busca de luz e no encontro da harmonia.

Escrito por Poli, composto e cantado pelos dois e com realização de vídeo pelo Mike, Act I tem tudo para ser brilhante.

É composto por 8 faixas rigorosamente bem compostas e escolhidas cobertas por muita sensibilidade artística e musical. Ao longo do percurso auditivo por entre este álbum deparamo-nos com um estilo muito próprio e independente mas com alguns traços de rock progressivo, pós-punk, stoner rock e, claro, uma boa dose de rock.

Por entre os compassos melódicos, ouvem-se distorções inquietantes, riffs arrepiantes e cheios de poder, teclas gritantes, vozes a ecoar com tonalidades versáteis e acordes marcantes, transformando-se tudo em ondas sonoras espessas carregadas de construções musicais consistentes e possantes.

Por entre as letras, descobrem-se histórias de vida, caminhos de aprendizagem, chamadas de atenção, esperança, revolta, realidades adversas, chamamentos, almas perdidas, fantasmas, demónios, escravidão, sonhos, palavras quentes e palavras frias e um trilho para a procura da luz. Nomes como “Seekers of Light”, “Deliver”, “Stepfather” e “Deceivers Of The Sun” devem ser fixados. A faixa mais dura, pesada e densa é, sem a menor dúvida, “Deceivers Of The Sun”, preparem os ouvidos e a alma!

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O álbum sairá no ano de 2016 mas já estão a ser partilhados na página de Facebook da banda (https://www.facebook.com/correiasound/?pnref=story) troços de vídeos inquietantes com excertos de várias faixas desalinhadas com o objectivo de apurar apetites e confusões mentais.

Na próxima sexta-feira, dia 4, a banda estará no Sabotage Rock Club para apresentar pela primeira vez o projecto e, no dia 5 estarão no Bafo de Baco, em Loulé. Sempre acompanhados pelos Albatroz.

Avizinha-se uma sexta-feira intrigante, expectante e coberta de ansiedades.

Texto – Eliana Berto