Depois do EP R, chegou agora o Fool’s Gold, primeiro LP dos The Walks, que apostou forte nos ingredientes que o fizeram notar no panorama musical. Portanto, rock n roll à discrição.
Olhando, ou melhor, ouvindo o álbum, parece que mais do que um álbum consistente, temos um álbum que tem tudo para resultar nos concertos (isto é uma dica para os concertos desta semana no Sabotage e no Salão Brasil). Não é um disco em que se possa destacar uma ou outra música, por ser um álbum muito uniforme, o que é uma coisa que pode ser encarada de maneira positiva.
Com profundidade nas letras, Fool’s Gold é um álbum que acaba por ter uma receita simples, mas não simplista, como se comprova com o Loaded Gun. Mas por outro lado, apresenta registos sonoros, em que a regra número um do punk está evidente, ou seja, quanto mais alto melhor. Estou a falar de Move Along.
Num álbum que apresenta muito de brit pop, por vezes é fácil chegar a semelhanças a sons como os dos Blur. Lost In The Croud ou Out Of Luck provam o que digo, mas Pleasure and Pain procuram sons mais sombrios, chegando a níveis de rock n roll de garagem, o que é sempre de salutar.
O R não foi esquecido, e com material que encaixava perfeitamente no álbum, tanto o Redefine como o Riding The Vice, já conhecidos das rádios e derivados, aparecem para compor o completo Fool’s Gold.
Com um final muito à The Walks, Inside Out é um bom término e uma boa fita de embrulho a todo esta boa prenda que a banda de Coimbra nos deu. Em suma, 7/10, voltava a ouvir ao vivo.
Texto – Carlos Sousa Vieira
Fotografia – João Duarte (The Walks)
