O segundo dia de festival EVIL LIVƎ 2025 arranca com os veteranos do metal industrial BIZARRA LOCOMOTIVA. Formados nos anos 90 por Rui Sidónio e Armando Teixeira, trouxeram para palco a sua mistura de eletrónica e riffs pesados. Com mais um dia de intenso calor, conseguiram criar o caos no publico, que já se apresentava em bom numero. Sidónio, como já é habitual, desceu do palco veio espalhar o seu carisma para o meio da legião de fãs.
Destaque para as duas ultimas músicas, os clássicos “O Anjo Exilado” e “Escaravelho” que são sempre uma ótima maneira de terminar um concerto.
Uma das boas surpresas do festival foram os SEVEN HOURS AFTER VIOLET. Conjunto recente, formado em 2024 por Shavo Odadjian (icónico baixista de System Of A Down) trazem apenas um album na bagagem. Apresentaram ao público um Metalcore muito ao género do que se fazia há 20 anos atras, mas que consegue ter aquele toque moderno e inovador.
A reação do público presente confirmou o sucesso e a rápida ascensão que a banda começa a ter internacionalmente. Moshpits giantes, inúmeros crowd surfs e um sentimento de boa disposição. Seria provavelmente o nome menos conhecida deste cartaz, mas de certo que é o que leva do Restelo o maior numero de novos fãs.
Podemos considerar a terceira banda do dia os verdadeiros “outsiders” do festival. Embora o nome, EAGLES OF DEATH METAL trouxeram uma pausa entre o peso e a agressividade que têm sido tocados em palco. A banda formada por Jesse Hughes e Josh Homme (Queens of the Stone Age) foi conquistando aos poucos o publico presente com o seu Garage rock super dançável, aliado ao humor e á atitude “sexy” de Jesse, já uma marca na banda que liga perfeitamente com a temática musical.
Não faltaram os hits “I Only Want You” e “Anything ’Cept the Truth” mas o momento alto foi a “Save a Prayer”, cover de Duran Duran. Uma atuação bastante profissional que serviu de interlúdio para o resto do peso que se ouviria até ao fim do dia.
O primeiro grande concerto do dia. Mestres da vertente mais progressiva do Heavy Metal, os suecos OPETH presentearam nos com mais uma atuação coesa e tecnicamente irrepreensível. E não deve de ter sido fácil para uma banda nórdica atuar sob este sol tórrido, como também foi comprovado com as inúmeras e habituais tiradas humorísticas de Mikael Åkerfeldt.
OPEH trazem consigo um álbum recente, “The Last Will and Testament”, editado o ano passado e que marca um regresso ás origens mais pesadas da banda e aos guturais intensos de Mikael. A longa “Paragraph 7” foi a prova disso.
Os maiores destaques deste concerto foram os temas “In My Time of Need”, em que o publico em uníssono ajudou Mikael com as letras, e logo de seguida o monumental peso da “Ghost of Perdition”. Imediatamente depois do primeiro acorde, houve headbang coletivo foi formado um mosh pit de dimensões consideráveis mesmo no meio do publico. Destaque ainda para a musica final “Master’s Apprentices”, em detrimento da habitual “Deliverence”. Foi uma surpresa final bastante apreciada pelos fãs da banda.
O conhecido frontman e vocalista de RAMMSTEIN, TILL LINDEMANN, teve a sua estreia em solos nacionais nesta edição do EVIL LIVƎ.
Neste projeto a solo, Till explora o seu lado mais pessoal, sempre irreverente e sem medo de ser polémico ou chocante. Em palco, o vocalista e a banda uma estética semelhante a um cabaret, mas repleta de shock value.
O alinhamento do concerto foi todo focado nos seus dois projetos a solo onde cada musica tinha sempre um vídeo associado ou um elemento teatral que complementava a imersão do espetáculo Quem estava na fila da frente ainda teve a “sorte” de ser presenteado com o arremesso de bolos de chantili, ou ser o alvo de um canhão de peixe. Sim, leram bem, um canhão de pressão de ar que Till usou para oferecer peixe fresco pelo publico. Houve também como destaque o momento em que Till desce do palco com a sua teclista com uma camera na testa e continua a sua performance no meio do publico,
O concerto de TILL LINDEMANN é daqueles que é completamente divisivo. Para quem é fã de RAMMSTEIN e sobretudo destas aventuras a solo, de certeza que foi um espetáculo imersivo e que apreciam todas as ‘curve balls’ intrínsecas a este espetáculo. O mesmo pode já não acontecer a quem estaria a ver so por curiosidade. E este é o grande objetivo de Till, ou se ama, ou se odeia, mas dificilmente alguém poderá dizer que foi indiferente.
Por volta das 22 horas é chegada a hora da banda mais esperada do dia. Pouco depois do termino do concerto anterior, já se via centenas de pessoas com t-shirts e adereços alusivos á banda a aproximarem-se progressivamente do palco. E KORN entrou com estrondo. Os pratos da intro da “Blind” seguidos por um “ARE YOU READY?” gritado praticamente por todas as cerca de 20 mil pessoas presentes no recinto. Vários mosh pits gigantescos foram formados e as ondas de crowd surf pareciam não ter fim.
“Here to Stay”, “Got the Life” e “Did My Time” foram alguns dos muitos hinos que se seguiram. A gaita de foles tocada por Jonathan Davis deu a intro para “Shoots and Ladders”, houve coro coletivo no refrão da “A.D.I.D.A.S.” e houve também, a pedido de Jonathan Davis, um provável record de dedos no meio no ar, que deram o mote para a groovy “Y’all Want a Single”. O encore arrancou com a melancólica “4U” seguida pela catártica mas muito cantável “Falling Away From Me”. Para finalizar, “Divine”, uma boa surpresa na set list, e o verdadeiro hino do Nu Metal que é a “Freak on a Leash”.
Uma performance arrebatadora, onde no publico existia um sentimento de família e comunidade Foi o melhor concerto do segundo dia de festival e com certeza um dos melhores desta edição do EVIL LIVƎ.