Concertos Reportagens

Um Disco com Música Feita de Sonhos

Nesta sexta-feira que passou, não faltavam ofertas de lazer para passar a noite. O MusicBox por sua vez, proporcionou um concerto de apresentação de um novo álbum, The Baron In The Trees dos The Loafing Heroes. A banda multinacional chegou ao fim de uma pausa discográfica de dois anos, e trouxe perto de uma centena de pessoas ao concerto.

Num breve parágrafo creio que seja valoroso explicar, ou pelo menos resumir um pouco a banda. Os The Loafting Heroes podem muito bem ser uma banda que representa os dias actuais, isto no aspecto de cada elemento da banda ter uma nacionalidade diferente, um dos resultados da globalização. Há o vocalista e guitarrista irlandês Bartholomew Ryan, a alemã Judith Retzlik no violino e trompete, a italiana Giullia Gallina na voz e acordeão, dos Estados Unidos Jaime McGill no clarinete baixo e, de Portugal, João Tordo no contrabaixo e João Abreu na percussão. Juntos, uma banda de cidade cria música vagabunda.

Após uma longa demora eis que o concerto teve início. Os seis artistas elegantemente decoraram o palco à volta de uma mesa com champanhe, e de um modo melancólico começaram o seu alinhamento. Das primeiras canções destaca-se Collapsing Star. A banda quando não estava num nível mais calmo parecia apelar a um lado caótico, tal como com Loyal To Your Killer. Houve temas que trouxeram mais profundidade à noite do que qualquer outro sentimento, em que o violino actuava como o derradeiro golpe por cima dos restantes instrumentos, e ainda somava-se a vertente filósofica das letras. E depois houve temas que contrastaram radicalmente com o que se passaria na rua, esse mau tempo que aguardava quem saísse da sala, pois no interior do MusicBox a música lembrava um ambiente diferente, um fim de tarde num jardim por exemplo. Foram temas como Crossing Roads e The Other Side que levaram a imaginação a deambular por tais caminhos, com Giullia Gallina a encantar com a sua voz e sorrisos.

E como se o tempo tivesse voado, estava a garrafa de champanhe vazia e a banda a fazer uma vénia colectiva após tocar Javali, em uma pequena hora apresentaram o trabalho. O concerto foi excelente, seja a actuação seja o repertório. O tempo necessário à criação destes novos temas valeu a pena.

Texto – Samuel Pereira
Fotografia – Ana Pereira