Backstage

INSCH – Happy Family

Vimos os INSCH pela primeira vez em Agosto do ano passado, numa noite fria e ventosa na praia de Santa Cruz. Quando os voltámos a ver na Fábrica Braço de Prata chamei-os “Moços do Oeste”! Facilmente criámos uma relação empática com a música e com os músicos! O Tiago, o Manel e o Miguel são a estrutura e o centro nevrálgico dos INSCH. As namoradas, os amigos, os técnicos de som, os fotógrafos, os realizadores, manager Chanoca, os produtores do álbum, o Luís Sousa, a Restart, eu e a Carla Santos, somos também parte desta comunidade que cresce de dia para dia – e que se chama Família INSCH! O lançamento de um DVD, a gravação de um videoclip, um concerto de solidariedade para com o Nepal no MusicBox (próxima 6ª feira), e o tão esperado CD para o final do ano! O ano de 2015 está a ser uma caixinha de surpresas, e com todo o mérito porque eles são muito bons!

Estivemos à conversa com os “moços do Oeste”, com o Miguel (baterista) sócio-gerente de uma agência de comunicação na Ericeira; com o Manel (baixista), que trabalha numa consultora de webdesign com e para o Tiago, que é o guitarrista e o vocalista! Ensaiam a olhar para o mar revolto da Ericeira, partilham os instrumentos e vivências nos jantares que fazem com frequência, eles, e as namoradas e os amigos que se queiram juntar. Entre outras coisas gostam muito de tocar, juntos de preferência! São disciplinados e ensaiam impreterivelmente uma vez por semana, numa óptima sala de ensaios que tem diversos usos. Os INSCH estão a ficar crescidos, e alguns até vão ter responsabilidades paternais! E nós cada vez gostamos mais deles!

Música em DX (MDX) – Queria que nos falassem um bocadinho, desde o primeiro concerto que vi dos INSCH em Santa Cruz, faz um ano em Agosto, lembro-me do Tiago ter partilhado comigo que não dava muito pela música… e por isso gostava de saber se de Agosto de 2014 até agora já levam isto mais a sério?
INSCH – (Tiago) Essa pergunta é muito boa. Já nos fizeram essa pergunta mas de outra maneira. A seguir ao concerto da Restart, tivemos oportunidade de estar a jantar com algumas pessoas da indústria, que o nosso manager levou, e às tantas disseram-nos “vocês tocam rockgrunge, que não é um rock que já esteja de volta à moda, agora é mais um rock psicadélico com electrónica. Vocês estão preparados para passar uns anos a penar?” (risos) A resposta foi mais ou menos, “nós nunca pensámos sequer em vir sair da sala de ensaios, nós fazemos música essencialmente para nós, portanto estamos tão preparados para o sucesso como para o insucesso”. Começámos a ter um bom feedback e fomos alimentando a coisa, e fomos alimentados, mutuamente. Nós tocámos covers durante uma data de anos, tocava já com o Miguel há uns 10 anos e o Manel juntou-se praí 2 anos depois. E chegámos a um momento em que 2 vocalistas anteriores e amigos do coração emigraram, e nós começámos a tocar originais, saia o que sair. E a coisa foi crescendo muito organicamente.

MDX – Como é que foi a composição desses originais?
INSCH – (Miguel) O Tiago é que compunha inicialmente na cabeça dele e depois levavauma base para ensaio, e começava a tocar e “epá secalhar aqui pode surgir alguma coisa”. (Manel) na banda de covers já estávamos a pensar tocar originais, ainda com o anterior vocalista, só que entretanto ele emigrou para Londres e deixámos em “banho maria” 2, 3 músicas e mais tarde voltámos a pegar (Tiago). Nós impunha-mos uma disciplina nossa que era, por ensaio ter que surgir pelo menos uma ideia para um original.

MDX – Qual é a frequência dos ensaios?
INSCH – Semanal. E gravámos todos os ensaios do início ao fim, depois íamos ouvir para casa e ver o que estava bem e o que estava mal. Foi do género “Oh Manel lembro-me que há dois meses fizeste aquela linha no baixo, bora lá recuperar aquilo.” Voltando à tua pergunta, vamos lá ver é um bocado difícil o baterista pegar num riffe dizer “pega lá nisto”. (Miguel) nunca consigo (risos). (Tiago) é mais fácil para o guitarrista dizer “pega lá nisto”. Ao início foi um bocadinho assim, mas depois deixou de ser. As últimas 4, 5 músicas originais foram criadas em jam, os 3 juntos!Tiramos sempre um bocado do ensaio para fazer uma jam, de repente saem linhas e gravamos.

MDX – Vocês ensaiam aonde?
ISCH – Na Ericeira. Na minha casa, sim (Miguel)! Felizmente temos um espaço privilegiado, não temos limitações e acaba por ser bastante flexível. Porque normalmente nunca ninguém consegue ensaiar no final da tarde, é sempre no início de noite. Temos uma sala insonorizada e conseguimos ensaiar atá à meia-noite, uma da manhã, sem ter os vizinhos a chatear, ficamos sem umas horas de sono no dia a seguir mas faz parte (risos).

MDX – Como é a logística? Encontram-se todos lá, agora também não estão todos no mesmo sitio…Bem, são disciplinados, e por isso tem que se encontrar naquele local aquela hora…
INSCH – (Manel) Sim, já temos uma rotina feita para isso. O Miguel trabalha lá. (Miguel) Sim, nós até brincamos que para além de sala de ensaios, dá para fazer sessões fotográficas da agência, dá para fazer tudo e mais alguma coisa (risos)! Acaba por ser um espaço polivalente. (Tiago) Aquilo não é uma garagem, é uma sala no 1º andar que até tem vista mar, é inacreditável! Está insonorizado em madeira, tem uma porta blindada e não é o mesmo que estares numa sala de 3 por 3 tem espaço e até têm lá reuniões clientes neste momento. (Miguel) Sim, é bom tirá-los da sua zona de conforto e ajuda-nos a vender uma ideia. (Manel) Quando o António (o nosso produtor) foi lá à sala achou que até era muito melhor do que a sala onde eles ensaiam!

MDX – E se calhar essas boas condições favorecem a escolha de um caminho.
INSCH – Sim, é fácil levar as namoradas, e os amigos, que convidamos muitas vezes (Manel)!

MDX – Percebi isso, nos dois concertos que vi dos INSCH, o acompanhamento da família e dos amigos. Os INSCH são uma família grande!
INSCH – Sim, temos aquele grupinho de 10/15 pessoas que nos acompanha sempre! Do fotógrafo (Rodrigo) que até hoje só falhou dois concertos, às nossas namoradas que são a nossa base (e que foram a todos), mais os amigos pelo menos na zona de Lisboa. Em Leiria é mais difícil, na semana passada tocámos em Leiria.

MDX- Como é que correu? Como é que tem estado a correr os concertos?
INSCH – (Tiago) Eu estava a fazer a contabilidade disso, nós demos 20 concertos neste último ano, que é simpático para nós que ninguém nos conhece. Às vezes nas semanas que temos concertos não ensaia-mos, para não sobrecarregar.

MDX – Já têm um stock significativo de cordas rebentadas (risos)…
INSCH – (Miguel) O Tiago normalmente é especialista nisso. Ele é cordas eu sou baquetas (risos)!Normalmente é meia corda por ensaio (risos), meia corda e meia baqueta!

MDX – Agora tenho que fazer uma pergunta um bocadinho economicista, ou seja neste último ano como têm funcionado as deslocações, jantares, etc.?
INSCH – (Manel) Quem corre por gosto não cansa (risos)! Acaba por ser como um estagiário, quando se sai da universidade e se faz um investimento num estágio. Saímos da sala de ensaios para nos mostrarmos ao mundo, e neste momento ainda estamos a pagar para tocar, mas é mesmo assim! (Tiago) Felizmente hoje em dia já temos concertos que recebemos cachets razoáveis, mas a maioria, no início não recebíamos nada! Levámos o material, montávamos, tocávamos e vínhamos embora com o sentido do dever cumprido! (Manel) É bom quando o dono do bar vem ter connosco e pede desculpa por a sala estar vazia. Ainda agora no Sabotage, “parabéns vocês foram profissionais, tocaram para 10 ou 15 como se tocassem para muitas mais. Têm que cá voltar, numa noite a sério”. Domingo à noite, dia de santos é complicado… (Tiago) Temos que ter essa atitude, foi sempre com essa atitude que já tocámos em quase todas as salas com tradição na área de Lisboa. No Tóquio, no Sabotage, no Stariway, no Braço de Prata, no Popular. No Popular correu muito bem, gostaram imenso da nossa música!

Outra questão relevante são os apoios e parcerias com marcas que consigas ir juntando à tua onda, para tornar o projecto sustentável. Como somos também nativos da Ericeira, tivemos a sorte de ter a Ericeira Surf & Skate, marca que patrocina muitos atletas, a juntar-se à família, que também é uma responsabilidade grande para nós. Fomos ontem gravar a música, temos o videoclip feito que está à espera da música.

MDX – Eu já lá ia, ao DVD e ao videoclip…. Porquê um DVD antes do CD?
INSCH – (Tiago) Porque tivemos a possibilidade via Restart. Ou seja, a Restart a escola de criatividade, nós conhecemos as pessoas de lá (o nosso manager também dá lá aulas de produção musical), e eles fazem estes eventos com várias bandas. O os Skills and the bunny crew também gravaram lá. Eles fazem estes eventos para também dar oportunidade aos alunos para trabalharem, com a ajuda de profissionais, e deram-nos esta oportunidade de gravar o DVD ao vivo, que foi fantástico!

MDX – Mas não estão a pensar gravar um CD?
INSCH – (Tiago) É uma questão de oportunidade, já tínhamos planeado o CD e estamos neste momento a fazer a pré-produção. Basicamente estamos a fazer a coisa como deve ser, estamos a desconstruir as músicas uma a uma e a ver exactamente o que deve ser trabalhado, o que deve ser melhorado.

MDX – Quem é que está a trabalhar convosco?
INSCH – O Wilson Silva (baterista dos More Than a Thousand e União das Tribos), e o António Corte Real (guitarrista dos UHF e União das Tribos). (Manel) O António está a fazer a parte da produção, ele é que nos tem acompanhado nos ensaios semanais, nesta fase de pré-produção.

MDX – Não querem levantar um bocadinho o véu, quem vai a ser a vossa editora?
INSCH – Neste momento ainda temos nós o controlo do processo todo, e tentaremos fazê-lo pelos nossos próprios meios, e depois ver se há alguma editora para a distribuição.

MDX – Há pouco falava com o Tiago sobre os concursos. Gostava de saber qual a vossa opinião sobre isso?
INSCH – (Manel) Eu não desgostei de ter participado nos concursos, houve um ou outro em que, por exemplo no Hard Rock sabíamos que “ok, vai haver um júri, não é apenas o voto do público”. Em Cascais, foi difícil uma banda da Ericeira chegar a Cascais e ter os votos como se fosse uma banda da casa. Mas por outro lado, deu-me pica tocar e surgiu aquela raiva, acho que foi que me comecei a mexer (gargalhada generalizada, o Manel não se mexia nos concertos até essa altura)! Secalhar foi a partir daí que começámos a ver uma subida um bocadinho mais inclinada, a soltarmo-nos mais em palco. (Miguel) Eu pessoalmente gostei de ter participado nos 2 concursos, no Starway Club em Cascais e no Hard Rock Café em Lisboa. É o que o Tiago diz, acaba por ser cansativo estarmos sempre a chatear os amigos para votarem… Mas acho que foi uma boa experiência, até mesmo para nos soltarmos, porque quando temos muito tempo entre actuações isso vai-se perdendo. (Miguel) Neste momento estamos muito mais entrosados a nível de equipa do que anteriormente. (Tiago) O que ele quer dizer é que ele agora faz um improviso sem nos avisar (gargalhadas)! Começa a puxar pelo público, e nós temos que ir atrás! Os concursos têm várias utilidades, uma banda poder tocar que de outro modo não teria essa oportunidade e, pessoalmente o que eu mais gosto nos concursos é de conhecer outras bandas. E ao mesmo tempo, nos concursos há sempre alguém da indústriaque está lá a conhecer novos talentos.

MDX – Foi assim que vocês conheceram o vosso manager, Nuno Chanoca?
INSCH – (Miguel) Não, nós tínhamos um amigo em comum, enviámos a nossa música ele gostou e a partir daí é mais um elemento na família INSCH! Fizemos um workshop com ele na sala de ensaios (um fim de semana em que acampámos na sala de ensaios), foi-nos dando algumas dicas, gostou da nossa música, percebeu a nossa onda e fizemos ali um click (uma química muito forte) e foi muita giro, foi uma aventura! Nos últimos dois meses isto foi assim… (Manel) uma explosão!

MDX – Em relação às bandas que vão conhecendo, há muitas bandas com o vosso estilo de música?
INSCH – (Manel) Os Karpa. É bom rock cantam em português, e sempre que podemos tocamos com eles. (Tiago) É engraçado porque tens estilos de música que são tribos autênticas, apoiam-se mutuamente, por exemplo o Punk Hard Core, o Heavy Metal. Eles querem lá saber se já passou hã 20 anos ou 30, ou se já não estão na moda, são grupos muito coesos, vão aos concertos uns dos outros. Podem ser sempre aqueles 15 ou 20, mas estão lá e é intemporal e eu admirou-os imenso por causa disso. Tirando os Karpa não estou a ver nenhuma banda, devem ser a banda com quem mais nos identificamos.

MDX – Então ainda mais um motivo para esse CD sair cá para fora, não é?
INSCH – Sim, e vou deixar gravado isto, ainda por cima eu não acho que o tema “Bring me back” seja totalmente representativo daquilo que é o nosso estilo enquanto compositores. É uma boa música, mas é amais catchy é o ariete. Nós temos músicas mais profundas e quando as pessoas conhecerem o nosso álbum acho que vão concordar, sim porque hoje em dia ainda há álbuns que contam estórias (contrário de comprar uma música no itunes e ouvi-la até à exaustão).

https://soundcloud.com/inschmusic/insch-bring-me-back-1/s-Kt5BZ

MDX – Vocês vão tocar agora ao MusicBox, num concerto de solidariedade com o Nepal. Qual é a vossa posição em relação a este tipo de eventos de solidariedade?
INSCH – (Manel) Este tem uma carga emotiva maior do que qualquer outro. Para já a oportunidade de ir tocar ao Musicbox é muito boa, outra questão é que não é o cachet que nos motiva porque não é nenhum. É uma situação de win-win para nós, vamos tocar numa boa sala por uma boa causa. (Tiago) Surgiu a oportunidade de irmos tocar à sala de espectáculos e pensámos que tinha que ser mais do que isso, e surgiu a ideia de nos juntarmos a esta causa. Fomos nós que entrámos em contacto com a AMI e dissemos que queríamos ajudá-los. E depois foi pensar nas bandas que iriam tocar connosco, o processo foi este.

MDX – E quais são as outras duas bandas?
INSCH – Arranca com Fast Eddie Nelson, depois tocamos nós e a seguir são os Lotus Fever.

MDX – Quem compõe as músicas?
INSCH – (Tiago) Compomos essencialmente para nós, não vamos para ensaio pensar num refrão que seja “orelhudo” em que as pessoas se vão “derreter”, que vai soar muito bem numa rádio. Às vezes até é o contrário, fazemos breaks a meio das músicas, por exemplo. (Manel) Quando dizemos o tocar para nós, não é tocarmos só para os 3, mas as músicas que o Tiago escreveu foram todas sobre momentos das nossas vidas mais difíceis e é essa cumplicidade que existe, conhecemos e tocamos sobre as estórias uns dos outros. Ele explica porque é que escreveu aquilo e o que estava a passar, dá muito mais carga emocional. Não há nada como um evento triste ou marcante para se compor uma boa música.

MDX – Vocês são amigos há muito tempo?
INSCH – Sim, e começámos a passar mais tempo juntos, sair, beber copos, jantar em casa uns dos outros com as namoradas. Tem muito a ver com a empatia que estamos a criar, eu conheço o Tiago há muitos anos, mas agora estamos mais junto. E isso ajuda bastante a criar…

MDX – Estão a crescer juntos, não é?
INSCH – Sim, sim! E eu acho que nos identificamos muito mais com este projecto do que com qualquer outro que tivemos anteriormente. E esta força extra que nos impulsiona, no fundo eles são as pessoas com quem eu passo mais tempo para além da minha namorada (risos)!

MDX – Têm estado a compor outras músicas? Ainda não se fartaram dessas?
INSCH – (Manel) Não, a parte de produção tem mesmo isso, ouvir 3 ou 4 vezes a mesma música. Um ensaio inteiro para 2 músicas, por exemplo! (Tiago) Era aquele trabalho que estava a dizer, desconstruir a música toda e tirar o máximo de cada uma delas, um ensaio inteiro só com uma música. E não dá muito espaço para criares músicas novas, e dizeres ok o álbum vai ter estas músicas. Às vezes gravo algumas coisas no telemóvel, para ir buscar mais tarde, mas agora são estas. (Miguel) Agora ainda dão mais pica tocar, pois com pequenas alterações provoca mais arrepios que anteriormente! Não alterámos as músicas, estamos a trabalhá-las, o António dá-nos sugestões e nós aceitamos porque nos soa bem. (Manel) A minha música preferida, ele retirou o baixo quase todo dela (gargalhada geral), mas dá-me muito mais gozo tocar agora porque a música ficou muito melhor e tem outra carga emocional e uma dinâmica completamente diferente daquela que nós tocávamos antes, e eu não sou capaz de ficar triste por ter tirado o baixo!

MDX – Porque é que cantam em inglês?
INSCH – Numa das primeiras vezes que fomos ensaiar, surgiu-me logo uma frase em inglês, e a partir daí compus em inglês. Apesar de nos terem dito que secalhar tínhamos mais projecção se cantássemos em português, além disso as rádios têm quotas para música em português. O inglês não é uma vantagem para nós. Chegas às plataformas on-line e tens um milhão de bandas, a maioria a cantar em inglês.

MDX – Imaginem um cenário optimista e que de repente os INSCH são convidados para fazer uma digressão no estrangeiro. Mesmo com a paternidade, o que fazias Tiago?
INSCH – (Tiago) Já tive outras situações em trabalho que tive que me ausentar algum tempo. E o que eu digo sempre à minha mulher é “só continuou enquanto a ti te fizer sentido”. Porque tu és mais importante que isto”. (Manel) E tens uma boa banda! (risos)

MDX – Nos primeiros concertos estavam um pouco mais afastados, o Tiago estava completamente em êxtase com a guitarra, e o Miguel e o Manel parados a tocar. Têm trabalhado isto?
INSCH – (Tiago) Nós só tocámos ao vivo quando tínhamos 7 músicas. E ao início estávamos demasiado preocupados em tocar muito bem, e por isso mais concentrados e pouco descontraídos. A bateria por exemplo, é pôr o Miguel a tocar com os pratos mais altos! (Miguel) Sim, ter as coisas mais afastadas 10 cm, sair um pouco da minha zona de conforto. Isso faz-nos bem! Tocamos para nos divertir essencialmente! (…) Agora somos cada vez mais, já juntámos mais um técnico de som à nossa trupe, o David Silva. (Manel) O cachet, em vez dividirmos por 3 já dividimos por 4 ou 5. Já temos mais esta pessoa que começou a fazer som connosco e vai a todos os concertos (…). A coisa está a ganhar ainda mais entrosamento!

MDX – Previsão de data para o lançamento do CD e próximos concertos?
INSCH – (Tiago) Vamos começar a gravar a seguir ao verão. O nosso plano era fazer a pré-produção agora, tocá-las ao longo destes 2/3 meses para nós também ficarmos confortáveis com as alterações (…) ir para estúdio e se rápido, no início do outono começar a gravar e no final do ano termos o CD.

Próximas datas:
Dia 25 de Junho – Presença no Curto-Circuito às 17h (SIC Radical)
Dia 26 de Junho – Concerto de solidariedade com as vítimas do sismo do Nepal, no Musicbox
Dia 27 de Junho – Evento Super-Fm, no Almada Fórum
Dia 3 de Julho – Cine-Incrível, em Almada
Início de Setembro – Balcony TV, Porto – Lado B, e Hardclub
Outubro – Ciné-Incrivel em Almada

MDX – Querem falar um pouco sobre o videoclip?
INSCH – Zé Pinheiro, foi das pessoas que mais fez videoclips com bandas portuguesas, como os Ornatos Violeta, UHF, Xutos e Pontapés, Madredeus, ou seja fez videoclips com tudo o que mexe. É engraçado trabalhar com ele, porque ele é muito boa pessoa, muito boa onda, super humilde. (Miguel) Apesar de já ter feito videolips para muita gente, trata toda a gente da mesma maneira. (Manel) Eu não o conhecia e quando cheguei fui para uma sala, e ele chegou ao pé de mim e disse “então Manel estás bom?”e eu nem sabia que ele me conhecia. O vídeo clip também surgiu um bocadinho de uma iniciativa da Restart. Como tínhamos feito o DVD com eles e eles como precisavam de algumas bandas, para novamente permitir aos alunos de realização fazer trabalhos de fim de ano, perguntaram-nos se queríamos aproveitar para fazermos um videoclip. “E agora?” Temos que escrever um guião, com a malta de cenografia, de interpretação, Fomos gravar para a pensão Amor, que está por cima do espaço do bar. E estivemos um dia inteiro a gravar, com a malta da Restart, muito boa onda, com as orientações do Zé Pinheiro. Nós somos personagens secundárias, foi muita giro ver os profissionais a trabalhar e os alunos também. (Manel) Não faço a mínima ideia do que irá sair dali. Só gravámos ontem a música, porque eles já estavam a fazer a edição e agora vão colar o som em cima. São duas semanas para a edição. Já temos alinhavado outro videoclip com o Zé Pinheiro.

Entrevista por – Carla Sancho
Fotografia – Luis Sousa