Concertos Reportagens

Uma Jukebox que nos recua no tempo

O bom tempo está à nossa volta a olhos vistos, o ambiente excelente que encoraja a boa disposição, e que a seu jeito convida bandas a fazerem as suas tours. Ora há uma de muitas bandas que anda em tour, e que consegue transportar o ouvinte para décadas passadas. Falo eu de Scott Bradlee’s Postmodern Jukebox, o colectivo que encheu as cadeiras da sala mais nobre de Lisboa, os vários artistas que mudam por completo a nossa percepção de músicas como, Sweet Child O’ Mine dos Guns N’ Roses ou Halo da Beyoncé. Para quem se sentou nessa noite no Coliseu dos Recreios, o hip-hop e o jazz não poderiam ser diferenciados, a combinação foi tão natural, e ainda acompanhada por sapateado.

LaVance Colley assumiu desde o início o papel de anfitrião, não se poderia pedir melhor “master of cerimonies”. Brincou perguntando a nossa opinião quanto ao seu casaco, e ainda mal sabíamos nós o rico guarda-roupa preparado para a noite, passando depois para umas rápidas sugestões, como por exemplo que não nos sentíssemos restringidos pelas cadeiras, ou para estarmos à vontade de expressar a alto e bom som um eventual contentamento. Tal não demorou, entrou em palco a muy elegante Robyn Adele Anderson e pouco se demorou para perceber que na verdade o tema interpretado era o muito popular Call Me Maybe. Daí para a frente o palco foi sempre concedido, saía um para entrar outro, saiu Robyn para entrar Maiya Sykes, que interpretou I’m Not The Only One, dando prioridade a Von Smith a cantar Cry Me A River, impressionando tudo e todos. Para completar o ciclo, houve ainda Sara Niemietz a cantar I Will Survive e LaVance com My Heart Will Go On.

Foi uma noite estonteante, desde os timbres que aquelas magníficas vozes conseguiam alcançar, até ao emocionar que cada interpretação causava, que fazia a audiência levantar os smartphones em modo lanterna, ou aplaudir de pé com vários gritos. E nem era um carinho não correspondido, as artistas brincaram sobre Portugal ter homens tão atraentes, que deviam ficar por cá… quão bonito é um amor correspondido, daí até terem tocado Cheira Bem Cheira a Lisboa! Mas a noite acabou ao som de Shake It Off, numa interpretação conjunta que valeu uma forte ovação! Valeu estar presente cada minuto.

Texto – Samuel Pereira
Fotografia – Ana Pereira
Promotor – Everything Is New