Concertos Reportagens

Cheers Leaders, um brinde à (boa) música

Na noite invernosa da passada quinta-feira, dia 21 Janeiro, o MusicBox foi palco do lançamento do primeiro álbum dos Cheers LeadersThe Wizard Spell.

Os New Mecanica foram os convidados para abrir a noite e desbravar o caminho que levava a um bosque sombrio coberto de encantamento e feitiços.

Os cinco rapazes do Barreiro, juntos desde 1997, traziam na mala o novo álbum lançado em 2015 – No Straight Lane – e tinham como objectivo elevar a alma dos presentes a um patamar idílico cheio de poesia negra. Influenciados pelo heavy metal, tocam um metal cru e duro cantado em diversas tonalidades com uma voz nítida, grave e madura.

Em cerca de 35 minutos conseguiram acelerar os corações presentes e mostrar um poder sobrenatural em cima do palco. Do novo álbum, ouviram-se “4 Times”, “Shallow”, “Beyond Lies”, “Passage”, “The Righteous” e “Unburn”.

 

Ainda com os corações acelerados, o público estava preparado para receber os anfitriões.

Os Cheers Leaders, formaram-se no início de 2015 e lançaram o primeiro álbum de estúdio no início de 2016. The Wizard Spell, é um álbum repleto de magia e feiticeiros com uma cortina de fumo negro que, ao mesmo tempo, transmite energias positivas e fortes.

Este álbum, combina diversos géneros musicais que contemplam o metal, o rock e o experimentalismo, fundindo-se num todo denso e pesado. São 12 as faixas que o compõem e, entre elas, há um elo de ligação que une caminhos de busca de consciência e de paz espiritual, com esperança, mudanças e sacrifícios. Fala-se de corvos, sentimentos, consciência e portas da percepção, medos e mistérios, demónios e fantasmas, momentos e percursos de vida e, claro, de feiticeiros.

Estes quatro rapazes são bons e vêm cheios de garra e vontade de espalhar mandingas musicais que se entrelaçam na mente e nos fazem viajar por sonoridades estrondosas e complexas, fazendo-nos criar pequenas explosões interiores de frenesim e desejo insaciável de ter mais.

Ao vivo, são melhores que em estúdio e isso diz muito. As sonoridades negras e complexas, são trabalhadas de forma astuta e completa. A bateria, veloz e dona de uma garra gritante tem pinceladas de trash. O baixo é corpulento e a guitarra acompanha-o numa dança mística e de chamamento. A voz, versátil, é composta por vários graus de negro e cinzento. Alguns tons de fogo também, com a característica de força e indestrutibilidade que lhe está adjacente.

Nesta noite, o álbum foi tocado quase na íntegra com excepção da faixa “Black Wise Jaguar”. Houve ainda a uma dedicatória aos New Mecanica com a música “Unnoticed Vampire”.

Esperamos ver-vos em breve, Cheers!

 

Texto – Eliana Berto
Fotografia – Luis Sousa